Conversas Autárquicas - Domingos Torres (MRPP)
Domingos Torres é técnico postal nos CTT e cabeça de lista do PCTP-MRPP à câmara de Guimarães, depois de ter sido deputado na Assembleia Municipal durante dois anos. Foi o primeiro a aceitar o desafio do Colina Sagrada para jantar com os três autores do blogue no Vira-Bar.
“As pessoas gostaram do trabalho que tem sido desenvolvido pelo MRPP. Penso por ser uma voz diferente e independente”. A explicação de Domingos Torres para as votações do partido em Guimarães é simples. Sem meios – “Reunimo-nos num café e somos nós quem cola os cartazes” – o MRPP elege, há oito anos, um deputado para a Assembleia Municipal fruto dos cerca de 1400 votos conseguidos.
Este ano aposta nas freguesias, apresentando candidaturas em seis juntas. E só não são mais porque os responsáveis não quiseram. “Tivemos pessoas que se ofereceram para fazer listas, mas não podemos meter qualquer pessoa no partido”, conta. Os objectivos eleitorais estão bem definidos: “Queremos eleger mais deputados municipais”. Até porque o trabalho de um parlamentar sozinho torna-se “muito difícil”. Chegar à vereação é quase impossível, mas o MRPP “ousa sonhar”.
Se fosse eleito presidente da câmara, Domingos Torres, gostava de tornar Guimarães “uma cidade de ciência e do conhecimento, moderna, em que as pessoas vivessem bem, com bons transportes, na linha da frente da ecologia e com emprego”. De resto, é muito crítico do desenvolvimento da cidade nas últimas três décadas. “O que Guimarães tem de melhor é a Universidade do Minho. Temos o CCVF, o futebol, com o Euro 2004. E agora vem a CEC. A câmara só faz alguma coisa se vier dinheiro de fora”, acusa. “Guimarães não mudou da época medieval até hoje. A câmara praticamente não saiu daqui das muralhas, só vê o que está dentro delas”, critica ainda candidato.
As propostas do MRPP
O emprego é uma das prioridades do programa eleitoral do MRPP. “Queremos criar mais lares de acamados e idosos e infantários. Isso criava mais emprego e contribuía para o bem-estar dos cidadãos”, assegura. O partido é também favorável à criação de uma equipa da polícia municipal que seja responsável por vigiar os rios e as áreas florestais do concelho.
Na área ambiental, o PCTP-MRPP defende também uma proposta de criação de um ou mais parques eólicos nas zonas de S. Torcato, Gonça e Souto. “Ajudavam a diminuir os custos energéticos”, considera Domingos Torres, que antecipa também a alimentação da rede pública de iluminação através de painéis solares.
A cultura é por estes dias incontornável, mas nenhum partido tem uma proposta como a do MRPP. “Vi gente a defender um centro de arte contemporânea ou um museu. Guimarães tem é que a apoiar os museus que já existem”. Por isso propôs numa das reuniões preparatórias da CEC a criação de um centro de astronomia na Penha, proposta que recupera agora no programa eleitoral. “Assim os estudantes iam estudar os astros, dinamizava o teleférico e ficávamos conhecidos. Preferia isso a um museu de arte contemporânea”.
As Conversas Autárquicas organizadas pelo Colina Sagrada têm o patrocínio do restaurante e cervejaria Vira-Bar, na Alameda de S. Dâmaso, em Guimarães.
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