Conselho Geral da CEC reúne pela primeira vez
O CG da Fundação Cidade de Guimarães reuniu ontem pela primeira vez. No órgão presidido por Jorge Sampaio têm assento Nuno Azevedo, da Casa da Música, Gomes Pinho, da Fundação de Serralves, Eduardo Lourenço, Adriano Moreira e José Manuel dos Santos. A quota vimaranense está entregue à câmara, Universidade do Minho, Fundação Martins Sarmento, Museu Alberto Sampaio e Paço dos Duques.
A primeira reunião tratou das deliberações necessárias à instalação do órgão e foi feita uma apresentação geral do projecto aos conselheiros. Para Dezembro está marcada nova reunião daquele órgão onde será aprovado o plano de acção para os três anos de implementação do projecto da CEC e os respectivos orçamentos.
À margem da mesma, Jorge Sampaio defendeu que a CEC não deve envolver apenas Guimarães, mas toda a região Norte. “Espero que a CEC possa emergir como um projecto que não se confine às fronteiras do concelho e que haja uma apropriação pela cidade, mas também pela região”, afirmou.
Para o ex-Presidente da República, a CEC 2012 é uma oportunidade para gerar emprego numa região que precisa dele através de ideias modernas e criativas, antecipando que o evento pode contribuir para a mudança de paradigma económico da região. Sampaio pede união de esforços à volta do evento e assegura que a dimensão internacional vai assegurar a perdurabilidade dos efeitos da CEC. “Deve ser assegurado uma nova oferta cultural e formar e criar novas públicos e novos criadores”, defendeu, apelando a um trabalho “contínuo” que tenha apenas um pico em 2012.
3 reacções:
Ter de alargar a CEC a toda a região Norte traz um enorme cheiro a injustiça. O Porto quando foi CEC em 2001 alargou-a a toda a região Norte? Braga rejeitou uma candidatura conjunta com Guimarães e agora vão comer do prato onde cuspiram? A CEC tem que ser um evento para Guimarães, para todos os vimaranenses (cidade e resto do concelho), de forma a que todos possamos crescer em termos de Cultura e Cidadania. Não devemos nada aos outros, para que recebam os louros do nosso trabalho.
Ou seja, no órgão mais importante da Fundação Cidade de Guimarães, temos 7 pessoas de fora (na sua lista faltava a representante do Ministério da Cultura) e 5 "de Guimarães". E aí, a vimaranensidade é um tanto ou quanto discutível, já que o reitor (é estranho ver-se como no site da CEC2012 já anunciavam António Cunha, reitor, como o representante da UM, quando ele ainda não é, formalmente, reitor), tanto é de Guimarães como não é. E depois, assim como o representante da SMS representa a SMS, os Directores do Paço dos Duques e do MAS, por inerência das suas funções, representam, o Ministério da Cultura. Não fará muito sentido falar-se, nestes dois casos, em representação de Guimarães, indepedentemente da mais-valia pessoal que resulta da sua participação. Ou seja, para uma Capital Europeia da Cultura de Guimarães, há muito pouco Guimarães no Conselho Geral da Fundação que vai gerir o evento. E não sei quem são as pessoas que estão a trabalhar nos restantes órgãos, mas desconfio que a coisa ainda seja pior...
Acho importante a CEC ter um impacto regional, mas não deixa de me causar uma certa urticária ver tantas pessoas de fora da cidade a gerir os destinos da Fundação.
Parece-me cada vez mais notório que esta será uma realização de fora para dentro e que, não obstante todos os discursos contrários a isso, em 2013 a maior parte da população nómada levantará tenda.
Resta saber se os laços que irão ser construídos com a sociedade local (escolas, universidade, associações) serão suficientemente fortes para manter o rumo pós 2012.
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