Cajuda conseguiu o que queria


Era inevitável. Depois da entrevista ao Jogo, Cajuda tinha cavado a sua própria sepultura. No fundo, o agora ex-técnico do Vitória conseguiu o que queria: ser despedido.

A partir de dada altura o técnico começou a fazer de tudo para sair. Fez-se ver em público com Manuel Almeida logo depois da saída deste em choque com a direcção; entrou numa espiral de auto-destruição através de um discurso cada vez mais absurdo e manipulador nas conversas com os jornalistas; entregou uma carta de despedida à comunicação social no último jogo da época; contratou o director de comunicação que não mostrou competência no Vitória para seu próprio assessor e deixou-o falar de mais sem dar conta de algumas tomadas de posição à entidade que lhe paga.

A entrevista ao Jogo, com palavras bem medidas pelo ex-treinador do Vitória, foi apenas o último ponto da estratégia de Cajuda. A direcção do Vitória só demorou demasiado tempo a tomar a decisão que ontem se tornou inevitável. O algarvio pode dizder-se "chocado" mas no fundo foi este o cenário que ele procurou desde a época passada.

O "modus operandi" de Cajuda é conhecido nos meandros do futebol. Ao fim de um par de épocas, o técnico acabe por sair, depois de uma mudança de atitude que acaba por afastá-lo dos jogadores, dos directores e do público.

Neste caso, o grande erro da direcção do Vitória foi ter mantido Cajuda no corda bamba tanto tempo. Desse modo perdeu as duas opções mais válidas que tinha no mercado. Primeiro Azenha e, mais recentemente, Domingos - cuja ida para Braga esteve emperrada pela "sombra" vitoriana. Mas, dado o detrioramento de relações entre direcção e treinador, qualquer opção é neste momento melhor do que manter Cajuda. Ele seria sempre um treinador a prazo.

De qualquer das formas, Cajuda assinou duas época mágicas em Guimarães. Devolveu o Vitória à Liga e igualou a melhor classificação de sempre do clube, com o prémio extra de ter valido a presença na pré-eliminatória da Champions. Por isso, o técnico fará sempre parte da história do clube. Independentemente da forma como sai, o treinador merece ser sempre recordado pela positiva. Eu vou estar-lhe sempre grato.

PS - Cajuda já foi. Falta "despedir" estes para o Vitória poder voltar a crescer.

A ler: Despedido, no Vimaranes.
Bye, Bye Cajuda, no D. Afonso Henriques.
Vitória no Limbo, no Escrito na Pedra.

10 reacções:

Dario Silva | 18:00

Quem é este?

Samuel Silva | 18:02

Era o treinador aqui do clube da terra. E foi em tempos treinador do clube da tua.

Paulo Lopes Silva | 20:29

Tinha deixado muito claro no post que tinha escrito sobre a situação que achava que esta era a única solução viável. Acrescentando que não poderia ser "depois das férias". Por isso ficam as minhas palmas à direcção. Podem ser criticados pelo trabalho que fazem, mas desta história fica uma conclusão: Um homem gozou a essência do clube, foi despachado. Ninguém brinca com este enorme sentimento. E é isto que tem que prevalecer!

Substituto?

Samuel Silva | 23:59

O substituto infelizmente é Nelo Vingada.
Por mim seria Manuel Machado, não tivesse ele contrato com o Nacional. Ou o Luis Filipe dos juniores.

João Gil | 00:30

Pena o Agostinho Oliveira estar como adjunto do Queiróz. Também era boa alternativa. Já Nelo Vingada ponho as minhas dúvidas, mas enfim.

Ou então o Paco Fortes!! (pronto era a brincar)

casimirosilva | 00:53

E que dizem daquele senhor que levou os putos dos juniores à fase final do naciomnal? O homem sabe o que faz, não vos parece?

João Gil | 01:04

Preferia o Daúto Faquirá ao Nelo Vingada. Ou então o Luis Filipe dos juniores sem dúvidas. Podíamos ter um Paulo Bento II. Mas este clube tem demasiada gente com medo.

Samuel Silva | 01:23

Gil, toda a razão. Vamos lançar uma petição: PACO FORTES A TREINADOR DO VITÓRIA!

Tiago Laranjeiro | 01:41

Dizes que só falta demitir os actuais órgãos sociais do Vitória para que o clube possa voltar a crescer. A solução para o Vitória passa por quem, então?

Samuel Silva | 01:55

Esse é, pelo que tenho visto, um dos grandes dramas. Tenho falado com muitos vitorianos sobre o fracasso desta direcção. Mas quando começamos a pensar em alternativas, as ideias não são muitas.
Isto tem uma explicação muito complexa a meu ver, mas onde se joga o fim da sociedade industrial local, a perpetuação no poder da mesma figura durante muito tempo, por exemplo.