Fora da Rede, fora do Mundo
O fenómeno de alheamento da imprensa regional face à blogosfera, a que alude o Pedro Morgado neste artigo pertinente, é preocupante. Quando a imprensa não consegue sentir o pulsar das suas gentes está a falhar rotundamente no cumprimento de boa parte do seu papel.
E quando este fenómeno acontece na imprensa regional é ainda mais grave. Antes de mais pela proximidade que se exige face ao público. Além disso, são poucos os espaços de discussão pública nas cidades de média dimensão, e nesse campo, a blogosfera tem vindo a afirmar-se, como temos visto no caso específico do Minho.
A comunicação social nacional já há muito acordou para o fenómeno do blogosfera, como apontei, por exemplo, aqui. Mas os jornais regionais pouco ou nada percebem sobre o alcance do fenómeno. Pelo contrário, diz-me a experiência que, muitas das vezes, associar determinada opinião a um blogue é factor de descredibilização da mesma nas mentes de quem dirige a imprensa local e regional.
Mas a situação explica-se facilmente. Na generalidade dos meios regionais impera uma lógica de pequena empresa, muitas das vezes de base quase completamente familiar (quando não unipessoal). Além do mais, os quadros dirigentes estão, ao contrário do que acontece na generalidade dos grandes títulos de âmbito nacional, envelhecidos. E poucos são os jovens formados recentemente nas faculdades de jornalismo e comunicação do país a abraçar uma carreira na imprensa regional.
Estes são factores que muito claramente contribuem para uma menor abertura para a novidade, a tecnologia, seja por factores de formação (ou falta dela) ou de pura falta de tempo. É que nem é preciso alegarmos que a imprensa regional não está atenta aos blogues, para perceber a sua incompreensível aversão à internet: basta espreitarmos os muito maus serviços que se prestam nas versões on-line de muitos destes jornais.
Não será, posto isto, difícil perceber que tenhamos uma imprensa regional fechada, tradicionalista e com cada vez menor qualidade. E que os leitores destes títulos sejam cada vez menos.
Antes que acusem: não ser jovem não significa necessariamente estar desatento às novidades tecnológicas. Só que há posturas e posturas.
Post scriptum: já depois de ter escrito este artigo, deparei-me com uma notícia do Público em que o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa afirma que “talvez dois terços dos jornais tenham capacidade informática instalada para estarem on-line”. É, em 2007, manifestamente pouco. E mais um dado preocupante.
E quando este fenómeno acontece na imprensa regional é ainda mais grave. Antes de mais pela proximidade que se exige face ao público. Além disso, são poucos os espaços de discussão pública nas cidades de média dimensão, e nesse campo, a blogosfera tem vindo a afirmar-se, como temos visto no caso específico do Minho.
A comunicação social nacional já há muito acordou para o fenómeno do blogosfera, como apontei, por exemplo, aqui. Mas os jornais regionais pouco ou nada percebem sobre o alcance do fenómeno. Pelo contrário, diz-me a experiência que, muitas das vezes, associar determinada opinião a um blogue é factor de descredibilização da mesma nas mentes de quem dirige a imprensa local e regional.
Mas a situação explica-se facilmente. Na generalidade dos meios regionais impera uma lógica de pequena empresa, muitas das vezes de base quase completamente familiar (quando não unipessoal). Além do mais, os quadros dirigentes estão, ao contrário do que acontece na generalidade dos grandes títulos de âmbito nacional, envelhecidos. E poucos são os jovens formados recentemente nas faculdades de jornalismo e comunicação do país a abraçar uma carreira na imprensa regional.
Estes são factores que muito claramente contribuem para uma menor abertura para a novidade, a tecnologia, seja por factores de formação (ou falta dela) ou de pura falta de tempo. É que nem é preciso alegarmos que a imprensa regional não está atenta aos blogues, para perceber a sua incompreensível aversão à internet: basta espreitarmos os muito maus serviços que se prestam nas versões on-line de muitos destes jornais.
Não será, posto isto, difícil perceber que tenhamos uma imprensa regional fechada, tradicionalista e com cada vez menor qualidade. E que os leitores destes títulos sejam cada vez menos.
Antes que acusem: não ser jovem não significa necessariamente estar desatento às novidades tecnológicas. Só que há posturas e posturas.
Post scriptum: já depois de ter escrito este artigo, deparei-me com uma notícia do Público em que o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa afirma que “talvez dois terços dos jornais tenham capacidade informática instalada para estarem on-line”. É, em 2007, manifestamente pouco. E mais um dado preocupante.
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