Devolver às pessoas ou desertificar?

Miguel Sousa Tavares escreve no Expresso desta semana, a propósito da retirada dos carros do Terreiro do Paço aos domingos:

«Domingo passado, resolvi fazer a experiência e o que vi, que atesto por minha fé e que relato, encerra uma lição eloquente sobre os efeitos práticos da demagogia na política. Entrei a pé na praça, começando por constatar que havia três polícias municipais de serviço em cada rua de acesso, velando pelo cumprimento da ordem do senhor presidente da Câmara.

(...)

Um ciclista circulava à roda - um; três raparigas estavam sentadas no chão, junto ao D. José; um casal jogava pingue-pongue (ó, genial ideia!) numa mesa colocada nas arcadas; quatro turistas olhavam à volta, com um ar perdido; e, ao fundo, consegui distinguir duas crianças pelas mãos dos respectivos progenitores. E, depois, polícias e mais polícias: havia mais polícias a travar o trânsito automóvel do que transeuntes na praça. Nunca em dias da minha vida tinha visto o Terreiro do Paço tão deserto: até parecia que o Putin ia passar por ali.»

Por muito que nem sempre esteja de acordo com MST, a opinião parece-me pertinente. Numa altura em que Guimarães disctue o fim da circulação automóvel no Toural, o exemplo de Lisboa pode servir de aviso.

1 reacções:

Anónimo | 03:20

O problema do terreiro do paço é que não se pode fazer parque subterraneo: além de poder sumir-se naquele subsolo imperscrutável, demorava ums 30 anos a fazer-se.

Por isso mesmo a proposta de parque subterraneo no Toural é tantadora/aliciadora...

Zé Manel