Frases

"A Câmara de Guimarães vai continuar a fazer obra para os vimaranenses e a obrar para vossa excelência".
O presidente da câmara, António Magalhães, dirigindo-se ao deputado do PCP João Salgado Almeida.

7 reacções:

Ana C. | 11:39

E o que foi dito pelo deputado João Salgado Almeida, que é um poeta com créditos firmados , e portanto, habituado ao uso da palavra nas suas múltiplas significações? Presumo que terá usado, algures, a expressão “obrar”, mas tenho dúvidas que a tenha utilizado no sentido que o senhor presidente da Câmara lhe deu. Ou será que, pelo facto de a palavra obrar, que significa, antes de mais, “fazer obra”, se deve deixar de usar, apenas porque tem um outro significado, de sentido escatológico?
Para obrar encontro os seguintes significados:
1. (transitivo directo) Converter em outra obra; fazer, construir, executar, realizar.
2. (transitivo directo) Urdir, maquinar, compor, causar.
3. (transitivo directo) Construir, fabricar, edificar.
4. (transitivo directo) Tramar.
5. (transitivo directo) Proceder, actuar.
6. (transitivo indirecto) e (intransitivo) Agir; executar um trabalho; praticar uma acção.
7. (intransitivo) Evacuar, defecar, exaustar.
Pela transcrição que faz aqui, que tomo como fiel, percebo que o sr. Presidente da Câmara utilizou a palavra obrar com o 7.º significado indicado acima, o que, na minha opinião, corresponde a uma descida ao grau zero da decência no debate político. Sem saber exactamente qual o contexto, lembro que esta não é a primeira vez que o dr. Magalhães provoca uma tempestade em copo de água, apenas porque faz uma leitura muito própria de palavras utilizadas por terceiros. Recordo-me do quase linchamento de Álvaro Domingues, a propósito de uma leitura retorcida da expressão “cidade ordinária”em que só faltou dizer que ordinária era a mãe do conceituado geógrafo.
Não me parece que seja assim que se credibilizam os políticos e a política.

Paulo Lopes Silva | 13:23

"A Câmara não pode continuar a obrar onde a procissão passa."

Anónimo | 15:06

"Em nosso entender, os desafios para a cidade e para o concelho, tendo por base o futuro próximo e a recorrente CEC2012, deveriam incidir onde de facto importa (...) Por isso dizemos, obrar onde passa a procissão, reescrevendo de forma artificial o rosto da cidade, é seguramente mais fácil e dá mais nas vistas, mas adia o que precisa de ser resolvido (...)"

João Salgado Almeida dixit, Assembleia Municipal de Guimarães, 10 de Maio de 2010

Ana C. | 15:22

Portanto, como suspeitava, o Dr. Magalhães terá ouvido aquilo que não foi dito. O deputado municipal flava claramente de fazer obras que dão nas vistas e que adiam o que, no entender do orador, precisaria de ser resolvido. Concorde-se ou não, é uma opinião legítima, que não tem nada de ofensivo, a que o senhor presidente entendeu responder afirmando que a Câmara se estava a c*g*r para o deputado. Confrangedor e lamentável.

Paulo Lopes Silva | 15:50

É uma opinião com trocadilho. Foi essa mesma percepção na altura em que o deputado fez a sua intervenção. E António Magalhães referiu-se a um texto do Povo de Guimarães em que João Salgado Almeida terá usado uma mesma expressão que repetiu no seu discurso.

Anónimo | 10:51

Um trocadalho do carilho...

Anónimo | 15:10

Não há na frase de Magalhães nenhum trocadilho. É um insulto directo e objectivo, não há segundas leituras.Pergunto: não será caso para por o Magalhães em tribunal ou já se pode mandar à merda, impunemente, um deputado municipal