Navegar à vista

Há uma crítica recorrente a esta Câmara liderada por António Magalhães que é a da ausência de um rumo, a falta de uma visão, a "gestão casuística", na expressão de Carlos Vasconcelos. Terminada a conversa com César Machado, essa convicção ficou-me reforçada.

Por um lado, este PS promete tudo para todos os gostos no seu programa Autárquico, que será de dificílima execução. Por outro, nota-se a inexistência de uma linha de rumo, uma navegação à vista. E pede-se mais. Guimarães precisa de mais ousadia.

As propostas que o PS nos traz não são inovadoras, seguem todas um exemplo ou outro de cidades portuguesas ou estrangeiras. Pretendem reproduzir aqui uma série de fórmulas experimentadas noutras paragens. E para quem vai ser Capital Europeia da Cultura muito brevemente, isto claramente não chega. E ainda há a incompreensível limitação de horizontes aos limites das freguesias da cidade, como se Guimarães terminasse a 2 quilómetros de Santa Clara.

Se o PS ganhar estas eleições autárquicas, estou convencido que acordaremos em 2013 com uma enorme ressaca do festim anterior, mas continuaremos sem um rumo para o futuro do concelho. Duas décadas depois, a receita de Magalhães é a mesma de sempre, e não se adequa aos tempos que vivemos.