Conversas Autárquicas - Carlos Vasconcelos (PSD)


foto guimaraesdigital

Carlos Vasconcelos é vereador do PSD na Câmara de Guimarães e lidera a candidatura social-democrata à Assembleia Municipal, experiência que antecipa nesta conversa com o Colina Sagrada à mesa do Vira-Bar.


O número um do PSD à Assembleia Municipal assume as divergências com a governação socialista em Guimarães. “Não se encontra um projecto político que tenha liderado estes 20 anos. O que há é uma gestão casuística”, acusa. Nem a actual grande bandeira do PS é, na opinião do social-democrata, mérito de António Magalhães. “Não foi o presidente da Câmara que teve o rasgo de pensar na CEC”, afirma Carlos Vasconcelos.


Guimarães faz parte dos dez maiores concelhos do país em termos de população, território e orçamento. Por isso “é natural que a câmara tenha obra”. Mas, para o candidato do PSD à AM, a questão “é saber se as potencialidades são proporcionais ao trabalho alcançado e aos resultados obtidos”. E, nesse caso, defende, “Guimarães não está nos 10 primeiros concelhos do país em tudo aquilo que é qualidade de vida”.


Em termos eleitorais “não há meias vitórias” e o objectivo é ganhar a câmara. Vasconcelos aproveita mesmo para deixar uma crítica à CDU. “Neste momento temos a candidatura do PSD que quer governar em vez do PS e há outra candidatura que quer ter mais votos para governar com o PS. Não há uma alteração significativa de governação com um pelouro da saúde ou do desporto atribuído a Salgado Almeida”, considera.


Carlos Vasconcelos antecipa ainda o que pode ser a experiência na liderança do grupo parlamentar do PSD, facto que não dá como consumado. Ainda assim, considera que a lista social-democrata é “excelente” e geri-la será “uma actividade muito estimulante”. O vereador social-democrata não prevê problemas em unir as diferentes facções do partido e até acredita que possa haver “mais divisões entre o grupo de vereadores do PS do que dentro do grupo parlamentar para o PSD”.


Propostas do PSD


Se o PSD for Câmara as régie-cooperativas existentes serão transformadas em empresas públicas municipais, por uma “questão de princípio e de controlo político”. “Nas empresas municipais, os orçamentos e as contas são discutidos na câmara e na assembleia. Essa é uma gestão muito mais transparente”, explica. Além disso, defende um “trabalho de reavaliação” do papel das cooperativa, facto que exemplifica com um caso concreto: “Se o presidente da direcção da Oficina fosse alguém que não o vereador da cultuam, o vereador da cultura não fazia nada”.


Falando em cultura e criticando a forma como a câmara tem gerido a área – “Não pode ser a Oficina e principal estrutura dos festivais de Gil Vicente”, exemplifica – Carlos Vasconcelos entende que o sucesso da Capital da Cultura será “em 2020 pudermos dizer que o que está a ser produzido acontece por causa de termos sido CEC em 2012”. “Se em 2020 só pudermos dizer «Isto faz-se neste espaço que foi construído porque fomos CEC», então não valeu a pena”, considera.


Uma das principais propostas do PSD é a criação de uma Sociedade de Reabilitação Urbana, uma entidade onde o município teria uma posição dominante, mas que teria a participação de entidades privadas. “Um modelo próximo do que tem sido colocado à prática no Porto”, antecipa Vasconcelos, com “vantagem para os proprietários do ponto de vista fiscal”. Para o social-democrata, aquilo que tem vindo a ser promovida no Centro Histórico é “uma reabilitação de fachada”. “É preciso entrar dentro das casas e as coisas dentro das casas não estão bem”, sustenta.


Os social-democratas defendem ainda uma postura activa da câmara em termos económicos, com as descida de taxas e impostos municipais. “O presidente da câmara não pode estar à espera de despachar o que chega à sua secretária. Muitas empresas instalaram-se recentemente em Famalicão em detrimento de Guimarães por causa dos custos das taxas”, exemplifica Vasconcelos. O PSD quer também reduzir as taxas de ligação às redes de água e sane manto: “Com o aumento do número de adesões, o que se verifica é uma aumento da receita e não uma diminuição”.


O PSD contesta ainda a nova feira semanal, porque “não faz sentido um investimento num espaço de raiz”, defendendo que esta se realize numa espaço já existente e devidamente ordenado, como as Hortas ou envolvente do Estádio.

As Conversas Autárquicas organizadas pelo Colina Sagrada têm o patrocínio do restaurante e cervejaria Vira-Bar, na Alameda de S. Dâmaso, em Guimarães.

9 reacções:

Anónimo | 10:37

Este blog perdeu-se. Com ideias criativas, como a das Autárquicas, perde-se contudo devido ao alinhamento dos "comentadores", um António Vitorino "Lopes" candidato do PS e um Marcelo "Larangeiro" candidato do PSD. Assim não há imparcialidade que nos valha

Anónimo | 10:51

Que grande dor de cotovelo!

Anónimo | 11:52

Nao és capaz de melhor? Qualquer reparo é só "dor de cotovelo"?

Anónimo | 12:37

Têm um comentador imparcial que faz o relato do que se passou e um comentador de cada ala política? Só enriquece a ideia.

Não que com isto não deixe de achar o comentário do Marcelo "Larangeiro" não seja escrito pelo Carlos Vasconcelos. Que é.

Anónimo | 14:08

Um diz que o programa do PSD é digno de aleluias; outro diz que não acrescenta nada e que não é alternativa... Quem assina os comentários? Um candidato do PSD e outro do PS. Integrar uma lista de um partido não é crime mas querer dar uma de comentador imparcial em matérias destas é querer dizer que o Marcelo nunca foi dirigente do PSD e o Vitorino não é a eterna "reserva moral" do PS

Paulo Lopes Silva | 14:36

Fico muito lisonjeado com a possibilidade de ser comparado com António Vitorino. Acho muito exagerado, mas agradeço a consideração.

Quem exige imparcialidade? Porque motivo? A imparcialidade na opinião pessoal é afectada pelas ideologias e motivações de cada um. Não vejo o problema. Lamentável era se perdêssemos a opinião sobre os assuntos.

Entenda-se bem: O programa do PSD não é mau. Tem até boas propostas diferentes das do PS. Só não acho que apresente uma alternativa tão clara que justifique mudar por mudar, quando do actual executivo conhecemos a obra edificada ao longo de duas décadas. Se o programa do PS é superior a nível de qualidade, esperemos pela "conversa autárquica" com o Partido do poder.

Samuel Silva | 17:13

Mas alguém é capaz de me explicar por que raio haveriam de ser os autores de um blogue imparciais? Os blogues são ou não para dar opiniões? O modelo das entrevistas parte precisamente desse pressuposto.

Toda a gente parece conhecer o alinhamento político do Paulo e do Tiago, a avaliar pelos comentários. Tanto melhor, porque assim estão em condições de ler as opiniões como as de alguém que está próximo de uma ou outra corrente política.

Joseph K. | 00:39

O Magalhães é um sortudo...
Não se lhe conhece um projecto político, é um gestor casuístico e nem sequer teve o rasgo de pensar na CEC. Por mera sorte, lidera sem projecto a Autarquia desde 1989, os munícipes teimam em apreciar o seu estilo ziguezagueante e, pasme-se, acaba de lhe caír a CEC no prato da sopa.
O Magalhães é um sortudo...
O concelho é um dos dez maiores do país em termos de população, território e orçamento mas a qualidade de vida em Guimarães nem por sombras se aproxima do «top ten» nacional. Por mera sorte, é natural que a Câmara tenha obra, que a cidade até esteja na moda e, parece impossível, que os Vimaranenses e grande parte dos visitantes a considerem o melhor sítio para se viver. Falta-lhe o mar mas, quem sabe, talvez a fortuna do alcaide ainda a aproxime da Póvoa de Varzim.
O Magalhães é um sortudo...
Nunca teve a visão estratégica que o impelisse a criar uma Sociedade de Reabilitação Urbana à moda do Porto, limitando-se a reabilitações de fachada. Por mera sorte, os prédios cá do burgo, além de bonitos e classificados, são rijos como peros. Por um azar do catano e de quem lá mora, as fachadas da Mui Nobre e Invicta têm caído que nem tordos.
O Magalhães é mesmo um sortudo...
Com uma Oposição de tanta qualidade, é bem capaz de obter uma vitória normal (entre 55% e 60%) ou ter de se contentar com uma meia vitória (entre 50% e 55%).

Até Domingo ! Com toda a sorte do mundo !

Tiago Laranjeiro | 19:22

Caro(s) anónimo(s),

Antes de mais, um esclarecimento: o meu nome surge no bilhete de identidade com j e não com g.

Depois, acusarem-me de ter assinado um artigo que não terá sido escrito por mim é dos maiores disparates que já li aqui, e nos últimos tempos tenho lido bastantes nos comentários.