Autárquicas 2009: Os resultados

foto (muito boa) do guimaraesdigital

É incontornável: A grande vitória da noite de domingo em Guimarães é do PS. Ganha a câmara, reforçando a maioria, aumenta a representação na assembleia e tem alguns resultados muito bons em juntas de freguesias importantes. Motivos para sorrir tem também o CDS-PP, que duplica o número de deputados. Pelo contrário, o PSD é o grande derrotado, perdendo mandato nos dois órgãos do município. Mas os partidos à esquerda do PS também tiveram maus resultados.


Os socialistas ganham quase 6500 votos em relação a 2005 e têm mais um vereador. É uma vitória clara, tanto mais que é obtida com praticamente o dobro dos votos do PSD. Em relação há quatro anos, votaram 5000 novos eleitores, que parecem ter sido esmagadoramente conquistados pelo PS.


Certo é que Magalhães vale mais que o partido. O PS tem mais votos na câmara do que na assembleia e ganha em freguesias onde a junta de freguesia é social-democrata. Os socialistas capitalizam também a bandeira da CEC que lhe confere um estado de graça local e nacional.


Pelo contrário, o PSD tem uma derrota retumbante. Perde menos de mil votos e um vereador, deixando que desapareça das lides autárquicas uma das suas mais-valias, André Coelho Lima. Parece claro que a mensagem de Vítor Ferreira não passou. Mas é também a estratégia de oposição a Magalhães ao longo dos últimos que está posta em causa.


A tendência expectável numa câmara com 20 anos de poder é que a sua imagem saia desgastada. O PSD não tem conseguido fazê-lo e acaba até por permitir a Magalhães reforçar a sua posição para o último mandato da sua carreira autárquica.


A CDU continua a ser a terceira força e o único partido a eleger um vereador para a câmara além dos partidos do centro. Mas teve uma derrota clara no domingo. Perdeu quase 2000 votos, apesar de ter conseguido segurar Salgado Almeida. Mas esteve longe, muito longe de eleger o segundo mandato e ainda mais de tirar a maioria absoluta ao PS como era seu objectivo assumido.


À esquerda, o MRPP também perdeu votos (cerca de 200) e o BE, apesar da subida ligeira, não capitaliza minimamente os resultados obtidos em eleições nacionais. Há um problema de afirmação deste partido nas localidades que é comum ao todo nacional, mas há também óbvias questões locais que explicam este resultado frágil do Bloco.


Por último, o vencedor mais pequeno da noite. O CDS tem praticamente mais 2000 votos do que há quatro anos (quase o dobro). Não chega para eleger um vereador, mas premeia uma campanha mais activa e com (melhores) ideias do que a que foi feita em 2005.

2 reacções:

Anónimo | 12:46

..."O PSD tem uma vitória retumbante"?

Samuel Silva | 17:14

Uma derrota, queria eu dizer, como se deve ter compreendido. O erro foi entretanto corrigido. As minhas desculpas.