Ainda o Preço dos Bilhetes
Depois de escrever este artigo fiz uma conta simples. Muitos dos espectáculos no CCVF têm preços a rondar os 15€. Muitos desses espectáculos acabam por ter um público de menos de 200 pessoas, num auditório onde cabem 800. Acontece que a receita resultante da venda desses 200 bilhetes a 15€ cada (assumindo que não há ofertas e que não são vendidos bilhetes com desconto) é a igual a venderem 600 bilhetes a 5€ (3.000 euros).
Para um espaço municipal dirigido por uma entidade controlada pela Câmara Municipal de Guimarães e tendo a vocação que o CCVF tem, esta conta dá-me que pensar...
Para um espaço municipal dirigido por uma entidade controlada pela Câmara Municipal de Guimarães e tendo a vocação que o CCVF tem, esta conta dá-me que pensar...
11 reacções:
Feitas as contas, volto cá para te fazer a mesma pergunta: Achas que a descida de preço de 15 para 5 vai fazer aumentar o número de espectadores de 200 para 600?
As contas para mim fazem-se muito mais assim: 200 a 15 euros, dá 3000 euros. 300 a 5 euros dá 1500 euros. Mais 100 espectadores, mas metade das receitas...
Paulo, não me parece que sejam 1500 euros que façam a diferença nas contas do CCVF num espectáculo. Uma diferente política para o preço dos bilhetes pode permitir o acesso ao espectáculo de um número muito maior de espectadores. Se não tivermos público, se não se criar um maior hábito de frequentar espectáculos nos vimaranenses, para que nos servirá a Capital Europeia da Cultura? Mas voltarei a este tema muito em breve.
Tenta fazer novas contas e põe o CCVF a perder 1500 euros por espectáculo. Era o descalabro.
A CEC vai servir para promover a criação. Para dinamizar os grupos culturais vimaranenses. Para que possamos criar o hábito da produção de cultura em Guimarães com qualidade e periodicidade, e consequentemente habituar públicos.
Colocando os bilhetes mais baratos vais em dois anos criar um público que vai encher casas em espectáculos avulsos em 2012? Não é a minha concepção pessoal da CEC...
Olha que a mim não me dá nada que pensar. Os preços do CCVF são óptimos e chegam a ser absurdos de tão baratos. Em que outro ponto do país vais ver teatro de grande qualidade por 3,5 euros?
Eu penso que o excesso de lugares vazios em alguns espectáculos, é a consequência natural do tipo de programação marginal, a que o CCVF recorre. Mesmo que os bilhetes fossem de borla, as salas não encheriam. Um bom barómetro para fazer essa leitura, são os tradicionais lugares “de gola” (disse alguma asneira?) os da frente, que nos espectáculos mais eruditos, apresentam fortes clareiras.
Não creio que possamos queixar-nos da falta de divulgação, porque esta é bem visível nos circuitos habituais e com boa profusão.
O baixo nível de audiência, deixa antever apenas, que o grosso da população Vimaranense está nas antípodas do que seria desejável.
É um acto de coragem da Direcção do CCVF, que eu apoio a pés juntos, esta sua persistência na cultura alternativa. Mas reconheço que nós, em Guimarães, somos um bocado a cidade das “batatas culturais”, ou seja, nós gostamos mesmo é de batatas. Podem ser guisadas, cosidas, assadas, a murro (principalmente!), etc. São muito poucos ainda aqueles que descobriram o bife e como este não entra naturalmente dentro de portas a ninguém, também é natural que não tenha procura.
Comparando: sou sócio do Vitória e adoro desporto enquanto espectáculo. Mas por muito que me esforce, sinto-me a mais no estádio e incomodado com o tipo de educação que estou a facultar à minha filha, que vai comigo. Não consigo compreender, aqueles que na mesma condição que eu, choram com as derrotas do vitória, insultam, estão sempre disponíveis para colocar a voz num tom altíssimo na defesa do vitória e que afirma do fundo do coração: o vitória é a minha vida!
Quantos “somos” assim nesta linda cidade? Quantos somos a firmar com orgulho (como se fosse motivo disso mesmo): “aqui não há filiais doutros clubes!”.
No fundo nós somos mesmo é uma cidade onde o três “F” predominam e de que maneira.
Eu não sei se o Direcção do CCVF tem vontade de combater o marasmo que se abate sobre alguns espectáculos. Em boa verdade, também não sei como é que isso se faz, não sou entendido na matéria. Mas partindo do principio que os espectáculos de baixa audiência têm identificação por antecipação (eu sei quase sempre quando tenho que comprar bilhetes na hora, ou duas horas antes) e atendendo que existem “borlas” para distribuir, a Direcção deveria garantir que estas (os tais lugares da frente), fossem ocupadas. Como? Entregando a associações os convites que sobram depois de uma obrigatoriedade de reserva aos beneficiários (quem são?), mas fazendo-lhes ver que estes são um bem, logo não pode ser desperdiçado. Talvez desta forma possamos introduzir mais pessoas num circuito cultural, que no caso em concreto vale quase sempre a pena
“Sem confusões” (penso!)
Augusto Silva
Sem confusões, caro leitor. Mas com um esclarecimento. Ao contrário do que era habitual nos primeiros anos do CCVF, desde há um ano (penso) que não existem os tais lugares da frente. Agora há na maioria dos espectáculos preços únicos. Só nos de expectável maior audiência se dividem os bilhetes entre 1ª e 2ª plateia.
Pensei que as borlas ainda existiam e sinceramente nada me move contra elas, pois inclusive faço aqui a apologia das mesmas, desde que com critérios.
Nada me leva a pensar que antes, as mesmas não tivessem critérios.
Sinto-me contente por ter posto alguém a discutir a promoção cultural em Guimarães!
Os bilhetes à borla existem, e não vejo mal nisso.
Paulo, às tuas contas tens de descontar os bilhetes com desconto e os bilhetes oferecidos. Também entram para os 1500 euros... Os bilhetes no CCVF não são caros, tendo em conta o que é praticado no sector. Mas também não são baratos. É verdade, como diz o Samuel, que se consegue assistir a alguns espectáculos a preços excepcionalmente baratos. E assim devia ser!
Paulo, se não servir para em 2013 os espectáculos do CCVF terem mais público, em particular mais vimaranenses a assistirem, então a CEC foi um falhanço. Deve-se promover a criação, claro! Mas uma coisa até leva à outra!
Os bilhetes à borla existem. Mas não são para as filas da frente.
O que eu expliquei é que os bilhetes mais caros para as filas da frente (cadeiras de orquestra, por exemplo), desapareceram.
As Vaginas esgotaram o S.Mamede...
Duas vaginas, perdão dois espectáculos!
Tiago, a maior parte dos espectáculos, nem com entrada livre arranjas mais público. Podes até perder se colocares preços demasiado baixos. As pessoas muitas vezes associam o valor do espectáculo ao preço do bilhete.
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