Que Governo para os próximos 4 anos?

Domingo temos eleições legislativas. Ao contrário do que sugere o Tiago, não vai a eleições o Governo dos últimos 4 anos, mas sim o dos próximos 4. Vão a eleições 15 partidos, 15 manifestos eleitorais. E cabe aos Portugueses tomarem opções.

Escolherem claramente que futuro querem para o seu país. E de 15 partidos, convém que saibam identificar qual a opção que mais se identifica com a sua ideologia. Mas mais do que isso, que projecto de facto lhe apresenta garantias de segurança em opções do passado, e em soluções do futuro.

E trata-se acima de tudo de escolher, para além de representantes, o seu Governo. E a divisão a dois entre PS e PSD fará os votos tenderem a bipolarizarem-se. E em termos de Governo temos duas posições absolutamente diferentes nos mais variados temas. E é por isso, mais fácil tomarmos uma decisão.

Podemos então escolher entre o progresso e o imobilismo. Entre os grandes investimentos, e o travão na economia. Entre o caminho a passos largos para as privatizações dos sectores fundamentais, ou o controlo pelas mãos do Estado do acesso livre a todo e qualquer cidadão aos serviços essenciais.

Podemos escolher entre a aposta no Estado Social, que protege os seus cidadãos, ou da entrega a privados da nossa Segurança nos momentos mais complicados.

E daqui para a frente torna-se muito complicado continuar a comparar. Porque me limitaria a mostrar a opção do projecto do PS, ou do "sabe Deus" das propostas que ninguém conhece ao PSD.
Fazemos então a opção entre uma proposta de Futuro, com resultados e provas dadas, ou uma não-opção, que não nos foi apresentada, que surgiu em formato de crítica ao Governo antigo, em formato de descrença e de crítica pessoal, fácil e destrutiva. E que acabou manchada pelo maior telhado de vidro que encontrei em 22 anos (dos 35) de democracia que conheço.

Amanhã é dia de reflexão. E serão estas e outras questões que vão ajudar a decidir o futuro dos Portugueses.

4 reacções:

Alex | 21:05

Os portugueses não elegem o governo, como imagino que saibam... O Primeiro-Ministro é NOMEADO pelo Presidente da República. Nestas eleições apenas vamos escolher Deputados.


Os partidos nos quais poderemos votar no distrito de Braga são 14 e não 15 (o PTP não concorre em Braga) :

MEP Movimento Esperança Portugal

MPT-P.H. FEH - Frente Ecologia e Humanismo

PS Partido Socialista

PPM Partido Popular Monárquico

MMS Movimento Mérito e Sociedade

PPD/PSD Partido Social Democrata

P.N.R. Partido Nacional Renovador

PND Nova Democracia

PCTP/MRPP Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses

POUS Partido Operário de Unidade Socialista

PPV Portugal pro Vida

CDS-PP CDS - Partido Popular

PCP-PEV CDU - Coligação Democrática Unitária

B.E. Bloco de Esquerda



http://www.cne.pt/dl/lista_candidaturas_ar2009_a.pdf

Paulo Lopes Silva | 21:14

"E trata-se acima de tudo de escolher, para além de representantes, o seu Governo. "

O texto frisa as 15 opções que existem a nível nacional. A opção por Governo é óbvia e trata-se de uma leitura lógica. E é também disso que se trata.

Tiago Laranjeiro | 15:06

Paulo, espanta-me que afirmes que o PSD surgiu "em formato de crítica ao Governo antigo", quando José Sócrates passou quatro anos a desculpar-se e a criticar os dois anos e meio que antecederam a sua eleição...

Depois, esse dilema que este PS gosta de por aos portugueses do "ou nós, os progressistas, ou o imobilismo", é enganador. Este PS gosta de se afirmar progressista, e pode bem sê-lo na defesa dos costumes, pois pretende introduzir o "progresso" por decreto. Mas a opção pelos grandes investimentos está longe de significar progresso e modernidade. Veja-se o que aconteceu no Japão, que nos anos 1990 decidiu apostar na construção de um comboio de alta velocidade com tecnologia nacional e hoje reconhece o grande erro que foi essa opção, pois não se traduziu em qualquer incentivo para a economia, antes numa gigantesca conta a pagar.

Neste teu artigo escreves um parágrafo em que defendes as supostas opções económicas deste PS, dos investimentos ao controlo (que palavra horrível, a fazer lembrar outros tempos) pelas mãos do Estado dos serviços essenciais (o que são serviços essenciais?). No entanto, nem na ciência económica esta questão está fechada. É um debate que continua a fazer-se no meio académico e que talvez sempre se fará. Daí ser falacioso apresentares um dos caminhos como o correcto para o desenvolvimento e o outro como um apressado passo para o abismo.

Para além disso, segues a linha traçada por vários dirigentes do PS de imputar ao PSD medidas que este não defende, como a da privatização da Segurança Social.

Paulo Lopes Silva | 16:08

Sócrates teve acção. Defendeu propostas e executou reformas. Não se limitou a ficar pelo "deita-abaixo" que ele critica.

O progresso defendido pelo PS, vê-se nas propostas e na forma de estar dos seus dirigentes. E não há volta a dar a esse dilema. É essa a opção a tomar amanhã.

Eu defendo aquele que acredito ser o caminho. Aquele que muitos académicos acreditam que o seja também. Como há outros que pensam que não...bem o sei. Mas a história, e principalmente a recente, dá-nos alguma razão. E por isso sinto-me à vontade de defender este ponto de vista como o caminho certo. Sem perder de vista os outros caminhos propostos.

A privatização da Segurança Social, começa dia 28 se o PSD ganhar amanhã. Lê o seu programa de Governo. (ou pseudo-programa)