Nos quatro anos do CCVF

O Centro Cultural de Vila Flor assinala hoje quatro anos com um (dispensável) concerto dos Amália Hoje. Esta tarde também são dados a conhecer as conclusões do estudo de públicos realizado ao longo dos últimos meses pela Universidade do Porto.

Ainda que esses resultados nos possam permitir, mais logo, fazer uma análise fundamentada ao que vale hoje o CCVF, a experiência como espectador permita-me fazer um balanço positivo do que foram estes quatro anos.


Desde logo, porque finalmente Guimarães teve uma casa de cultura como a actividade cultural da cidade exigia. Tal como foi reconhecido em devido tempo, a escolha de Guimarães como CEC 2012 tem muito que ver com a existência de uma estrutura com esta qualidade.


Nestes quatro anos, há apostas muito positivas, desde logo no teatro. Ao aumentar a frequência e qualidade da programação teatral, o CCVF abriu portar ao crescimento do Teatro Oficina, que se tem afirmado a nível nacional como companhia de qualidade.


A assinatura de teatro e o cartão CCVF são também boas ideias, que ajudaram a fidelizar públicos. A continuação das apostas tradicionais nos eventos marcantes (Gil Vicente, Jazz, Encontros de Música), teve continuidade, juntando-se um novo evento, a Manta (que apesar do percalço deste ano, é uma excelente aposta).


No entanto, há também espaço para críticas. A maior de todas é que o CCVF, sendo uma muito boa casa de espectáculos, teima em não justificar o nome de centro cultural. Incentivos à produção local não encontro Só se for no teatro e no excelente trabalho do serviço educativo. E isso é curto.


Além do mais, a diminuição do número de espectáculos durante o último ano é motivo de preocupação (especialmente na área da música, que praticamente desapareceu nos primeiros trimestres), enquanto que há géneros artísticos que poucas ou nenhumas vezes passam por Guimarães, o que custa a compreender numa casa de espectáculos que quer ser eclética. E o palácio tem potencialidades que poucas vezes são exploradas.

10 reacções:

Tiago Laranjeiro | 12:54

O estudo que hoje se conhecerá é aquele que a Autarquia escondeu sobre o modelo de gestão do CCVF?

Samuel Silva | 13:03

Que eu saiba, trata-se de um estudo de públicos apenas.
O modelo de gestão está mais do que consolidado, não?

Tiago Laranjeiro | 13:05

Refiro-me ao estudo que foi encomendado pela Autarquia ainda o CCVF estava em construção, para se saber qual o modelo de gestão mais adequado. Aquele estudo que a Autarquia recebeu e se recusou a divulgar...

Rui Silva | 13:37

Como era de prever, o CCVF tornou-se um equipamento imprescindível à cidade e só faço votos de que consiga manter-se como uma referência de qualidade e diversidade.

Tal como tu também escolho o cartão CCVF como uma das medidas mais positivas entretanto tomadas.

Já no que diz respeito ao Serviço Educativo tenho algumas reservas. Temo que, àparte algumas actividades bem delineadas, a efectividade das iniciativas, principalmente na sua ligação com as escolas e no aproveitamento que se poderia fazer delas ao longo do ano escolar, é quase nula.

Rui Silva | 16:04

Errata: onde acima se lê "efectivade", devia ler-se "eficácia". é o problema de comentar enquanto se trabalha noutras coisas.

Zeca Diabo | 21:13

O VilaFlor, por muito que custe a muitos iluminados da nossa terra, é indiscutivelmete o melhor espaço sócio/cultural de toda a região.
Já provou isso mesmo, e certamente vai continuar a provar.
Conheço "n" de pessoas que, não sendo de Guimarães, visitam o CCVF regularmente, e não só pelos espectáculos.
Aquele enquadramento palácio/auditórios/jardins, são duma beleza rara...dizem eles!
Lamentável, é o facto de muitos vimaranenses, ainda não o conhecerem...
Concordem lá, é a nossa joia da coroa!

J.M.L. | 21:25

Caro Zeca Diabo:

Não é a nossa jóia da coroa, mas sim uma das nossas (várias) jóias da coroa.
Claro que o CCVF, tem algumas falhas, mas que diabo, será que há algum perfeito?
Adoro o Vila Flor, para assistir a músicais, teatro, cinema, e até tratar da "gula"...
Desculpem agora vou namorar para lá...

Tiago Laranjeiro | 23:08

Lamento desiludir o Zeca Diabo, mas também eu reconheço que o CCVF é dos melhores equipamentos que temos no País deste género. É uma enorme mais-valia para a cidade.

É pena não ter solucionado uma série de questões que me parecem ser essenciais para que concretize o seu potencial.

Zeca Diabo | 17:12

Caro Tiago Laranjeiro:

Aponte lá p.f. alguma dessas questões.
É sempre bom todos saberem.
Agradecimentos.

Tiago Laranjeiro | 21:04

Caro Zeca Diabo,

Pelas suas palavras depreendo que não tem acompanhado o que escrevo, nem que se preocupou em procurar.

Dê uma volta pelos artigos que já cá escrevi sobre a Capital Europeia da Cultura e, principalmente, os artigos que escrevi no Mater Matuta.

Dou uma ajuda:
http://matermatuta.blogspot.com/search/label/Cultura
http://matermatuta.blogspot.com/search/label/Guimar%C3%A3es%202012