Hora de votar: O equívoco útil
A forma como é feita a campanha dos partidos e a sua cobertura pela comunicação social nacional introduz um distorção na votação. É um equívoco útil, particularmente aos grandes partidos: Ao contrário da mensagem que é feira passar, no domingo não vamos votar em José Sócrates, Manuela Ferreira Leite, Jerónimo de Sousa ou Francisco Louçã.
A votação é distrital e por isso, o que está em jogo, é escolher entre António José Seguro (e Miguel Laranjeiro), João de Deus Pinheiro (e Francisca Almeida e Emídio Guerreiro), Agostinho Lopes, Telmo Correia ou Pedro Soares, com uma novidade chamada Manuel Monteiro, que corre por fora, tentando assumir-se como deputado de Minho (sem sucesso, arrisco antecipar).
Vale a pena analisar o que fizeram os deputados de cada um dos partidos nesta legislatura. E olho para Agostinho Lopes, um dos mais activos de toda a AR, e Miguel Laranjeiro, o melhor estreante nestas andanças, como exemplos do que deve ser um deputado preocupado com a região que o elege. E vale a pena perceber o que cada um tem para oferecer no próximo mandato.
Felizmente a Rádio Universitária do Minho fez uma excelente cobertura destas eleições: Entrevistas individuais com cada um dos cabeças de lista, um debate a cinco e acompanhamento diário das acções de campanha distritais. Pessoalmente, foi a única forma de ficar a par das ideias dos candidatos distritais e de assim poder fazer uma melhor escolha.
Os últimos dados disponíveis permitem perceber que, dos 19 deputados que o distrito de Braga vai eleger, há 17 praticamente definidos (7 para cada um dos dois grandes partidos e um deputado para as outras três forças com assento parlamentar).
Parece certo que o BE não sobe além do primeiro deputado eleito por Braga na sua história, mas CDU e CDS disputam o segundo mandato, enquanto PS e PSD ficam à espera de perceber quem leva a melhor na recta final da campanha, para garantir o outro deputado em jogo. É esta a decisão que importa no domingo. Ainda não tomei a minha, mas a escolha já esteve mais longe.
2 reacções:
Frases da Sra. Dra. Manuela...
"O dinheiro dos fundos de coesão para o TGV eu aplico-os na agricultura."
"É um escândalo que a taxa máxima de IRC seja de 42%"
"O caso das escutas não influenciam a campanha porque nunca fiz disso um tema" - dia 22/09
"Recuso viver num país onde o director de um dos jornais mais prestigiados é escutado" - 2 dias antes.
"Se eu for 1ª Ministra acabo com o Processo de Avaliação" - Dra. MFL Presidente do PSD
"Se Socrates recuar no Processo de Avaliação é um 1º Ministro fraco" - Dra. MFL antes de ser Presidente do PSD
"Não falo de SCUT's o meu programa porque neste momento essa receita é insignificante." - Depois de passar 4 anos a pedir explicações ao governo por não executar as SCUT's.
No debate com Paulo Portas:
MFL: "A politica fiscal deste governo foi um descalabro, subiu todos os impostos"
PP: "A Dra. se for 1ª Ministra vai baixar os impostos?
MFL: "Neste momento não há condições para a baixa de impostos"
E já agora convinha que a Dra. esclarecesse o que entende por "asfixia democrática". É que uma asfixia por gás é um excesso de gás numa determinada zona. Asfixia por CO2 é porque existe uma elevada concentração de dioxido de carbono num outro local qualquer. Ora uma asfixia disto ou dauquilo, entendo eu que é sempre um excesso disto ou daquilo.
Logo asfixia democrática só poderá ser um excesso de democracia.
Ficamos pois esclarecidos quanto à celebre frase: "Seria melhor cancelar a democracia por 6 meses"
Com todo o respeito pelos pequenos partidos, a nossa solução governativa ou é liderada por isto (MFL) ou por "mais do mesmo" como está na moda agora dizer.
Eu, não tenho dúvidas, quero mais do mesmo.
João Lopes Ferreira
Depois de ter sido fustigdo durante quatro anos - licenciatura, Freeport, professores, crise mundial, escândalos fianceiros na banca; a revolta de certas corporações, a militância anti-socrática do Público, o esgotojornal da TVI e da Moura Guedes, que a corporação jornalística alcandorou a figura íntegra do jornalismo; depois da colagem da presidência da República à campanha do PSD - depois disto tudo, e de muito mais, o PS consegue quase 40 por cento dos votos. Vitória!
MFL, que andou de deslize em deslize nos últimos tempos da campanha, vai agora ser dissecada pelos barões laranjas.
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