Das Legislativas

O PS ganhou as eleições legislativas, mas as dúvidas sobre o futuro de Portugal ainda não estão desfeitas. Os próximos dias serão decisivos, mas os socialistas só terão uma maioria estável de fizerem uma coligação com o PP. Aliás, o CDS é o grande vencedor da noite, tal como antecipava aqui.


A nível distrital, o CDS é também um dos vencedores. Pela primeira vez em muitos anos, os populares chegam aos dois deputados em Braga. O peso da crise, em lugar de beneficiar a esquerda – como previa – veio dar força ao CDS. Já o PSD teve um resultado decepcionante, perdendo, aliás, um deputado face a 2005. Virgílio Costa tinha pedido nove mandatos, teve apenas seis. Veremos com que consequências.


Ao contrário do que antecipava na sexta-feira, a CDU não disputou o seu segundo deputado. Agostinho Lopes é o único eleito num resultado muito próximo do de há quatro anos (mais 49 votos, sinal de estabilidade do eleitorado). Já o Bloco de Esquerda elege o primeiro deputado no distrito, conquistando mais quase 17 mil eleitores face às últimas legislativas.


Mas o grande triunfo distrital é do PS. Os socialistas mantêm os mesmos nove deputados, o que contraria as sondagens feitas nos últimos tempos e até alguma da lógica da análise: a região tem sido fustigada pela crise e pelo desemprego e o PS até votou contra algumas medidas de excepção para os vales do Cávado e Ave. Perde quase 11 mil eleitores, mas mantém os mesmos mandatos.


Uma última palavra para Manuel Monteiro. O auto-intitulado "Deputado do Minho" não vai representar ninguém nos próximos quatro anos. Todo o ruído feito pelo ex-líder do CDS nos últimos anos acabou por não resultar na eleição desejada e ainda perdeu mais de 500 votos face a 2005.

1 reacções:

Rui Silva | 00:03

Esta vitória e a surpreendente subida do CDS facilitam o trabalho do PS.

Primeiro, porque não precisa virar à esquerda tanto quanto seria previsível, tivessem Bloco e CDU cada, deputados suficientes para uma maioria parlamentar.

Segundo, porque com este resultado do CDS, é o PSD que sai mais fragilizado destas eleições, embalado que vinha das europeias com a ideia de poder ser até o partido mais votado.