Ainda sobre a data das Eleições

Manuela Ferreira Leite, líder do maior partido da oposição afirmou hoje que "por todos os motivos" quer as Legislativas no mesmo dia das Autárquicas.

Já aqui tinha deixado a minha opinião sobre o assunto mesmo antes de saber o posicionamento de qualquer partido, de forma oficial. Assim vejo, infelizmente, confirmado o facto de que começa a existir uma crescente corrente de apoio da opção menos democrática. Que até já tem um rosto visível. Não fico, no entanto, totalmente admirado.

A forma de fazer campanha do PSD nas últimas eleições Europeias já demonstrou que a ânsia de voltar ao poder justifica qualquer opção. Discutir Governo quando se devia discutir Europa, e agora querem também voltar a discutir Governo em conjunto com a altura em que se deviam estar a discutir os órgãos de gestão local. A juntar à "festa" e à credibilidade deste partido, Paulo Rangel não deixou de lado a possibilidade de voltar para Portugal, caso o PSD vença as Legislativas.

Está assim confirmado: Rangel e o PSD andaram a discutir fora de época, a atentar contra o bom funcionamento da democracia Portuguesa, e pensam continuar.


A ler:
Ser e Parecer Ser, por Jorge Sousa.

O erro de Rangel, por Vasco Campilho

Sempre vigilantes, por Gabriel Silva

Mais depressa se apanha, por Ana Gomes

17 reacções:

Hugo Monteiro | 15:36

Reality Check.


Escreveste isto há coisa de duas semanas sobre a Elisa Ferreira:

"Acho que não é nada de extraordinário. Se ganhar na Câmara do Porto, dá oportunidade a mais uma pessoa para ganhar experiência na UE. Se perder continua o bom trabalho que tem vindo a desenvolver. Está a ocupar o espaço de outras pessoas, poderás dizer. Eu direi que com esta escolha o PS está a colocar à frente de ambas as listas a melhor opção possivel. E se tiver que escolher depois, avançará alguém com valor igualmente."

Paulo Lopes Silva | 15:51

Tens toda a razão no reparo e pensei nele antes de escrever. Primeiro de tudo estamos a falar de uma enorme diferença: Rangel era o cabeça de lista, logo o rosto visivel da campanha, a "aposta forte" para a Europa.

Para além disso Elisa Ferreira foi sincera e apresentou as opções aos Portugueses em "pratos limpos". Puderam escolher entre elege-la ou não. Rangel vai faze-lo pela calada e depois de saber os resultados, de umas e outras eleições. Ele era a melhor pessoa para estas Europeias? se calhar! é um dos bons representantes do PSD e pode fazer falta em caso de vencer as legislativas? se calhar também.

Eu peço é sinceridade!

Hugo Monteiro | 16:18

Basicamente, o Rangel, como é popular, está só a dizer que ainda está em jogo. Mas acho que é só desespero de causa. O PSD ficou praticamente órfão.

Paulo Lopes Silva | 16:24

Partilhamos da mesma opinião. Sem Rangel, o PSD vai passar um período complicado de busca por um líder. Candidato a PM é a MFL, Presidente do partido tb, mas líder era Rangel, já dois meses antes de ser candidato às Europeias.

Tiago Laranjeiro | 18:02

Acho piada a essas ideias. Quando Manuela Ferreira Leite escolheu Rangel era opinião unânime pelo país que tinha feito uma má escolha, era um rapaz novo que ainda mal se começava a notar, etc. Agora, Rangel é já o verdadeiro líder do PSD!

Por favor, tentem encarar as coisas como elas são. O PSD impôs uma regra: um candidato a umas eleições não o será a outras, em 2009. Assim, não haverá um a candidatar-se a Presidente de Câmara e a deputado. Parece-me uma regra bem pensada, que evita confusões e impõe uma certa ética.

Rangel foi eleito para o Parlamento Europeu. Não voltará a ser candidato para mais nada em 2009. No entanto, caso o PSD ganhe as eleições, o mais provável é que vá buscar para o Governo os seus melhores quadros onde quer que estes se encontrem: à Assembleia da República, a Bruxelas/Estrasburgo, à Marmeleira, a universidades ou a empresas onde trabalhem. Qual é a dúvida? Onde é que está a falta de sinceridade?

Paulo Lopes Silva | 18:28

As pessoas têm direito a mostrar o seu valor. Rangel mostrou ser bom. Melhor com as massas que MFL. Não lhe posso reconhecer esse mérito?

E onde está a falta de sinceridade? Está em diversos lugares. Está na campanha Europeia em que pouco se falou de Europa. Está na escolha de um homem que era o certo, e que de repente faz mais falta cá do que lá. Está na tentativa de colocar as duas eleições no mesmo dia. Para que se volte a mentir aos portugueses, se volte a confundi-los e a engorda-los de argumentos vazios que lhes entram pela boca dentro.

Tiago Laranjeiro | 18:35

Quanto à sobreposição das datas, discordo de Manuela Ferreira Leite.

Paulo Lopes Silva | 18:35

Já agora, não sei se seguiste o link que coloquei depois para o texto do Jorge Sousa mas ele põe lá esta curiosa citação:

"«"[Ferreira Leite] Há uma coisa que não faremos de certeza absoluta que é candidatar pessoas candidatos fantasmas". [...] isso apenas não acontecerá "se alguém adoecer ou acontecer alguma coisa". [DN 22/04/2009]"

Tiago Laranjeiro | 18:48

Paulo, citações de citações, ainda por cima com supressões... Não compreendo o que quis dizer Manuela Ferreira Leite com isso, como também não compreendo o que quis dizer Jorge Sousa com isso. Talvez nem seja para se compreender...

Paulo Lopes Silva | 18:50

Era claramente um ataque à Elisa Ferreira.

João Gil | 23:09

Paulo eu estou de acordo com eleições em dias separados, é óbvio que eleitoralmente ao PSD lhe convém eleições no mesmo dia.

Mas em relação à campanha que se fez em Portugal nas eleições europeias não vejo em que é que o PS foi diferente do PSD. A campanha do PSD não foi boa (nenhuma foi) e a do PS também foi bem matreira...

Paulo Lopes Silva | 23:55

A do PS apresentou propostas, caminhos a percorrer na Europa, culpados para a crise internacional, soluções internacionais para a mesma, entre outras. A do PSD apresentou propostas que já existem, e mais uma meia-duzia, e passou 80% do tempo a falar do país, e das revoltas dos professores e de outros assuntos muito pouco Europeus.

Samuel Silva | 23:57

Oh Paulo, e quem é que meteu o BPN na campanha?

Paulo Lopes Silva | 23:58

O Vital Moreira, candidato do PS. Atitude desesperada e reprovável.

Samuel Silva | 00:01

É como diz o JGil. PSD e PS fizeram (fazem habitualmente) campanhas dentro dos mesmos cânones. Daí que o eleitorado tenho por vezes dificuldades em encontrar-lhes as diferenças.

Paulo Lopes Silva | 00:04

Acho que do PS foste buscar "O" acontecimento reprovável da campanha. Enquanto que o PSD escolheu como estratégia esquecer o debate europeu por completo. é aqui que reside a diferença.

Tiago Laranjeiro | 02:16

Espero que, se algum partido vier a pegar na questão da licenciatura de José Sócrates, das casas da Guarda ou do caso Freeport, o PS aceite como aceitou que Vital Moreira dissesse o que disse do BPN/PSD.