Ainda as contas do Vitória

Ainda atónito com o resultado da gestão da direcção de Emílio Macedo da Silva, fui ler em pormenor as contas da época de 2007/2008. Alguns números ajudam a perceber a gestão descuidada e a falta de nexo nas prioridades do Vitória, que devemos ter em conta na hora de votar na AG.

O resultado líquido de mais de dois milhões de euros negativos é atribuído ao aumento dos custos com o pessoal e dos custos com fornecimentos e serviços externos. O plantel curto e com poucos reforços – João Alves e Alan eram os únicos com salários de clube grande – não se percebe onde está o grande aumento dos custos com pessoal. A menos que esse se tenha verificado noutros sectores que não a equipa sénior de futebol.

É que as contas dizem que os custos com pessoal aumentaram quase 2,5 milhões de euros para os 5,9 milhões anuais, o que é uma folha salarial de impor respeito. E o activo líquido diminuiu 600 mil euros. Dá que pensar.

Nas contas surge também o investimento em equipamentos de transporte, no valor de 500 mil euros, o que vem de encontro ao que tinha afirmado anteriormente: um dos poucos investimentos da época foi o autocarro da equipa principal. Era esta uma prioridade?

Até porque, o Vitória investiu 174 mil euros em jogadores, o que é incompreensivelmente pouco, face às responsabilidades do clube e ainda para mais face ao descalabro dos números finais.

Como pontos positivos da gestão financeira do Vitória saliento a diminuição das dvidas de curto prazo (- 300 mil euros), ao Estado (-80 mil euros), adiantamento por conta de vendas (-250 mil euros), outros credores (-100 mil) e provisões (-350 mil euros), ao todo pouco mais de um milhão. Em sentido contrário as dívidas a instituições de crédito cresceram 1,5 milhões (com base em que garantias?) e as dívidas a fornecedores são mais 700 mil euros.

Lidas as contas, continua a ser incompreensível que o Vitória apresenta este resultado de gestão tão mau. Ainda para mais num ano em que as receitas aumentaram quase 4 milhões de euros, com 3,5 milhões provenientes de publicidade e direitos televisivos e 2,1 milhões saídos dos bolsos dos sócios (quotas e lugares anuais). Alguém tem muitas explicações para dar na Assembleia-Geral.

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