Sugestões para a Manta 2009

É inquestionável o sucesso do Manta deste ano. A acertada escolha das bandas, a aposta nas sonoridades alternativas do rock, o impacto que teve no meio musical. E trouxe público ao CCVF. Se é verdade que a casa com os Liars esteve pouco composta, a enchente protagonizada pelos National e a boa afluência de última hora com Rinôçérôse dão ao festival uma média de espectadores bastante boa.

No próximo ano esperamos por nova Manta, com o mesmo tipo de abordagem. Isso é, quanto a mim, intocável. Há, no entanto, vários aspectos que podem ser mudados no próximo ano:


- Revisão da politica de bilhetes. Os preços eram excelentes. No entanto, o bilhete de três dias não era convidativo (e foi estranhamente vedado aos portadores do cartão CCVF), pelo que se perdeu o efeito de contágio que National podiam ter emprestado aos restantes concertos.

- Repensar as datas. Com o Marés Vivas a acontecer nos mesmos dias, muito do público pontencial do Manta escapou para o festival de Gaia. Uma semana de diferenças pode mudar muita coisa.

- Uma banda a abrir cada noite. O concerto de Liars deixou-me com a sensação de que o público necessitava de aquecimento prévio. Ainda que os concertos seguintes tivessem tido maior adesão inicial, mantenho esta convicção. A proposta poderia passar por bandas nacionais de média dimensão (aquelas que já não cabem no Café-Concerto, mas ainda não enchem o Auditório).

- Se é verdade que a política de bilhetes não ajudou, não deixa de ser relevante que o modelo do festival não favoreça a vinda de público para os três dias. Nada contra o modelo do festival, como disse. Mas, não sendo directa responsabilidade do CCVF, seria favorável uma articulação com a Pousada de Juventude e com o Parque de Campismo da Penha, para a estadia do público (maioritariamente jovem). Além disso, quem quisesse ficar no parque de campismo tinha uma dificuldade acrescida: a falta de transportes. Com uma boa articulação entre TUG, Turipenha e Oficina ganhavam todos e especialmente o público.


- Pode parecer contraditório com o ponto anterior, mas a verdade é que há quem queria assistir a um concerto específico. E o que pude verificar é que o comboio foi uma opção muito utilizada pelos espectadores que vieram ao Manta. Deste modo, estabelecer um acordo com a CP para um comboio especial de regresso ao Porto no final dos concertos era uma ideia positiva. E, ao contrário do que era habitual, a empresa ferroviária até está para aí virada nos últimos tempos.


- Outro ponto a ser melhor pensado é o da venda de bebidas no recinto. Antes de mais é uma venda burocrática (é preciso comprar previamente um ficha para qualquer compra que se queira fazer) e cria filas dispensáveis. Além disso, a venda de bebidas terá que ser reforçada em edições futuras. Se no primeiro dia não houve grandes problemas, no concerto de National, mais concorrido, as filas eram enormes e escusadas. No entanto, não defendo uma massificação de comes e bebes ao jeito dos festivais. O óptimo será encontrar um ponto de equilíbrio que chegaria com o reforço de mais uma ou outra barraquinha.


- Outra sugestão: melhor aproveitamento do espaço original do jardim. Ali meio abandonado, com as casas de banho ao fundo (demasiado longe) e pouco mais. É um excelente espaço para mostrar o artesanato local, promover o CCVF e outros equipamentos locais. Tal como no ponto anterior tenho uma ressalva: façam-no sem massificação comercial. Este modelo algo intimista do Manta é excelente e deve ser mantido.

1 reacções:

Riot | 20:28

Muito boas sugestões.

Realmente este ano o evento ganhou bastante visibilidade, e foi muito falado nos fóruns de música nacionais - e para tal contribuiu, evidentemente, a presença dos The National, banda de renome e com muitos apreciadores em Portugal.

Acho que está na hora do Manta dar o salto e tornar-se uma referência. Creio que as condições estão reunidas e, com os "ajustes" que sugeriste, a coisa pode resultar em pleno.