A Gata profissional
O Enterro da Gata deste ano, foi, em teoria, o meu último enquanto aluno da Universidade do Minho. Na prática, foi bem diferente: não me senti nunca no Enterro durante a última semana. O espaço é-me estranho, demasiado sofisticado e profissionalizado. Aquilo não foi uma festa Académica: foi um pequeno festival de música.
Em termos organizativos, o Enterro 2008 foi positivo: solução airosa para os transportes (embora com problemas nas “horas de ponta”); cartaz fortíssimo (resistindo à chuva); boa participação nos eventos extra-recinto. É o mínimo que se exige a quem passa todo o ano a preparar este momento, negligenciando o seu real papel.
Mas, no Gatódromo, desde o espaço à presença obscena de publicidade, tudo pareceu pouco Académico. As barraquinhas foram votadas a uma posição subalterna em termos de organização do espaço. Deste modo, marcou-se, logo de entrada, a distinção entre o espaço dos estudantes e o da festa comercial. Perdemos nós. Lucrou, e muito, a AAUM.
Mas, no meio do profissionalismo que marcou o Festival da Pedreira, alguém se esqueceu, por exemplo, de que “meia-dúzia” de casas de banho não chegam para uma festa que junta milhares de pessoas, provocando filas.
Uma fila também, era o que esperava quem ia ao Enterro trabalhar. Nas duas primeiras noites, o tempo médio de espera era de uma hora e meia, porque a AAUM, juntou, de forma irresponsável, convidados, borlistas vários e jornalistas, num mesmo espaço de credenciação.
O grosso da fila, justificaram-me, eram colaboradores da direcção. Afinal, aquelas inúmeras páginas de mini-fotos que aparecem no final das brochuras de apresentação das listas de candidatos à direcção da AAUM, são mais do que figuras de corpo presente. Pelos vistos “colaboram” com a associação: ao menos no dia das eleições e no Enterro.
Com tantos colaboradores e perante o alheamento dos estudantes da actividade académica e a fraca participação nos actos democráticos da instituição, arriscamo-nos, num futuro não muito distante, a ter mais eleitos do que eleitores.
Publicado no ComUM nº9
8 reacções:
Bem sei que nada tem a ver com este texto, mas olha: Parabéns! E muitas felicidades.
olha lá estas sempre a criticar. o que raio já fizeste para melhorar a Academia/universidade/local de aulas, o que quiseres chamar? se calhar mudando o polo para guimaraes ja dava uma ajuda. passavam a votar 15 mil alunos, as RGA eram mt mais concorridas...o enterro era nos jaguços (mais pacifico, limpo, bem frequentado e cheiroso).uqmlb
É impressionante como qualquer coisa que eu escreva leva com diarreia braguista em cima.
Acaso disse mal de Braga? Do Braga? Do estádio?
O caro anónimo, se estivesse minimamente atento à UM, saberia que sofri na pele a ajuda que tentei dar à Academia...
quem não soubesse a historinha toda quase que acreditava que és um coitadinho!!! Desampara a Universidade então... Rua!!!
tu e a tua trupe são "o lixo inconcebível". MUNDO CONTIGO!
Confesso que a missa de finalistas na Penha até era capaz de ser bonito. o em S. Torcato
Esta gente anónima, para além de trôpega, é analfabeta porque não lê. Talvez saiba ler mas não sabe ler.
Adiante.
Dario Silva
Será que a malta da minha Universidade já não pensa, como era apanágio da UM no meu tempo???
Será que agora em vez de pessoas com cabeça, valores, integridade e lógica, se tornaram em reaccionários primários (para não dizer primatas)?????
No meu tempo fui a RGA's, que de facto eram mais concorridas em Braga que em Guimarães e o "Enterro" tem mais sentido em Braga que em Guimarães...
Mas daí a virem soltar estas alarvidades sobre Guimarães que tenho visto aqui, ainda por cima de forma anónima, isso é que está mal...Seja quem for a pessoa, que assuma o que escreve!!!
Ou então é alguém que tem dôr de cotovelo do nosso 3º lugar...
Se for isso, ponha um bocadinho de "Hirudoid" que isso passa, caro "anónimo"!
Percebo a sensação de perda de quem está a abandonar a universidade e o tom nostálgico por outros tempos e outros espaços, mas a crítica ao bom desempenho da organização é-me um pouco difícil de compreender.
A verdade é que a mudança de local parecia a todos um pesadelo e foi um sucesso. Há que reconhecer o mérito à organização. Quanto à "presença obscena de publicidade" se foi ela que permitiu a "solução airosa para os transportes", um "cartaz fortíssimo", etc., parece-me apenas uma boa gestão e capacidade negocial.
Confesso que não acompanhei as festas e não sei que eventos extra-recinto aconteceram, mas foi a crítica acertada que escutei/li sobre o programa do Enterro. Aparentemente tudo se reduz às noites, não há espaço ou imaginação para mais.
Do que vi as barraquinhas tinham o mesmo protagonismo, mas aceito que o meu afastamento me dificulte o julgamento sobre a sua "posição subalterna".
Não sei avaliar as restantes críticas, parecem-me é demasiadas azedas. Contudo, não percebo como se pode obrigar um convidado a hora e meia de espera. O convite não é uma borla, é um reconhecimento.
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