Diferenças

Enquanto, em boa parte do país, as escolas estão fechadas, em greve contra a necessária reforma na Educação, na EB 2,3 de Urgezes, em Guimarães, o Departamento de Línguas e Literatura organizou uma série de eventos, que incluíram uma feira do livro, sessões de leitura e debates (participei num desses, sobre jornalismo).

São diferentes formas de encarar a profissão: Uns são sérios e fazem o seu trabalho, outros aproveitam o último dia de aulas do período para anteciparem as férias.

Mas como a reforma é cega, levam todos por tabela. Mesmo os que, sendo minoria, ensinam a forma certa de encarar um profissão de serviço público.

10 reacções:

Anónimo | 19:11
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo | 11:13

É que há uma corporação de profs e afins que tornou a escola pública num feudo e outros que são verdareiramente professores.

Anónimo | 14:25

Shame on you, mr. Samuel! Vejo que tem a mão ligeira para apagar um comentário certeiro. Está no seu direito: o blog é seu. Mas vejo também que mantém um post mentiroso: está no seu direito, o blog é seu. Agora, não é por dizer o que diz, ou por apagar o que lhe não é simpático, que a verdade muda. E a verdade é que, ontem, não houve nenhuma greve de professores, nem, muito menos, uma "greve contra a necessária reforma na Educação", nem ontem houve professores a irem de férias mais cedo. Julgava-o melhor informado. Enganei-me. Em vez de apagar o comentário aí acima, melhor lhe ficaria um pedido de desculpas aos que se sentiram insultados com o seu post. Não sei se terá humildade para tanto. Cá por mim, não tenciono voltar a pôr aqui os pés.

Como dizia a canção velhinha: Shame, shame, shame!

Samuel Silva | 12:03

Raramente apago um comentario, mas nao ia permitir que no meu espaco estiveessem insultos contra mim e consideracoes falaciosas acerca da minha dignidade profissional.
De uma vez por todas que fique bem claro: o blog nao e jornalismo. E exactamente o contrario: o espaco onde posso dar a minha opiniao sem os contrangimentos profiisionais.

Quanto ao mais: a greve de sexta feira nai foi de professores, mas da administracao publica. Mas e indesmentivel que a semana que ontem terminoufoi de Luto pel educacao e que foram varios os professores que se juntqrqm a greve de sexta. O que nqo pode ser desligqdo do actual contexto da Educacao. Como e indesmentivel que varias escolas estiveram ontem fechadas e e indesmentivel que as ferias comecaram desta forma mais cedo para muitos. O exemplo que foi dado pela escola de Urgezes tambem e incontornavel.

[a falta de acentos neste comentario deve-se ao teclado AZERT em que escrevo neste momento]

Anónimo | 16:02

Caro senhor Samuel,

Peço desculpa se se sentiu atingido com alguma coisa que eu tenha escrito a propósito da sua dignidade dignidade profissional. Acredite que foi sem intenção, e movido por me ter sentido atingido na minha dignidade profissional ao ler aquilo que aqui li.

Quanto ao que diz ser indesmentível, direi:
1. O senhor afirmou: que "as escolas estão fechadas, em greve contra a necessária reforma na Educação". Afirmou, não afirmou? Pois era mentira. Não houve nenhuma greve contra a reforma da educação.

2.Não houve, que eu saiba, professores nas nossas escolas a juntarem-se à greve da administração pública. Como saberá, ou deveria saber, os sindicatos dos professores não participaram nesta greve.

3.Mesmo que, porventura, tivessem aderido, não estou a ver como é que esses tais professores de que fala (para acreditar no que nos diz, a maioria, porque nos fala de uma suposta excepção,"os que, sendo minoria, ensinam a forma certa de encarar um profissão de serviço público") pudessem ir de férias antecipadas na última sexta-feira. Eu sei que o senhor não tem que saber tudo, mas, se não sabe, o melhor seria que não opinasse sobre o que ignora: é que os professores, todos eles, continuarão nas escolas a partir desta segunda-feira em tarefas tão relevantes e exigentes como a avaliação dos seus alunos. Nenhum deles foi de férias, caro senhor.

Quanto ao exemplo, que diz incontornável, da Escola de Urgezes, tem que ter paciência, e aceitar que há mais escolas, muitas mais, do que aquelas que o convidam para mostrar a sua sapiência. Escolas onde se trabalha com pelo menos tanto profissionalismo, rigor e competência como na de Urgezes.

Fico descansado por saber que aqui o senhor Samuel despe a pele de jornalista. Apenas estava capaz de lhe sugerir que passasse a assinar neste espaço com um nome diferente daquele que deve constar na sua carteira profissional. Por exemplo, Samuel Silva II. É que pode haver por aí mais incautos como eu, capazes de confundirem as suas duas peles.

Na esperança de, por esta vez, não ter sido falacioso, nem insultuoso, nem ter maculado a sua dignidade profissional (nem tinha como, porque sei agora que não é ao jornalista que me dirijo, mas sim ao blogger, e não me consta que blogger já tenha estatuto profissional entre nós), subscrevo-me com saudações respeitosas.

Anónimo | 11:39

"Quem conhecer um pouco de temas como a gestão da mudança, sabe que não há mudança sem dor, sem vontade de romper com o "statu quo", sem iniciativa e sem risco. O sistema de ensino português necessita urgentemente de uma ordem nova, com mais rigor, mais responsabilidade, maior capacidade de distinguir entre o que é bom e o que é menos bom, mais avaliação.

Não gostam do sistema de avaliação proposto pelo Ministério? Então, digam como querem ser avaliados. O que não parece certo é que se recuse a avaliação por princípio: logo nós, professores, de quem se espera o exemplo. O que vamos dizer aos nossos alunos?" in Expresso, 15/03/2007

Daniel Bessa é o autor desta insofismável verdade:
Os professores querem mesmo ser avaliados? Tenho a certeza que os bons o querem; tenho mais certeza ainda que os maus têm pavor da avaliação como o diabo da cruz. Mas, querendo fazer um exercício de ingenuidade, acreditando que todos os professores querem ser avaliados, como o querem ser? Auto-avaliação? Considero-me uma pessoa informada e ainda não ouvi nem li uma palavra, um desiderato, uma singela ideia sobre que avaliação querem os professores. Estou certo que até mesmo muitos alunos e o pessoal auxiliar têm bastantes ideias sobre isso. Quando é que os professores param com o barulho e nos ensinam, como se ensina a um aluno, que tipo de avaliação querem? Se é que querem...

Anónimo | 02:32

o post do nuno fraga está completamente fora do baralho, tal como o post do samuel. em se falando de profes vale tudo.mas porquê tanta raiva, tanto acinte, tanta rosa desfolhada, etc contra os profes. deixem os/as gajos/as trabalhar.irra que não se aguenta.
razão tem o nautilius, cá por mim, não tenciono voltar a pôr aqui os pés.

Anónimo | 09:00

Como já todos tivemos professores, julgamos ser fácil tecer opiniões sobre tal profissão.

Eu tenha uma cá em casa, que por acaso trabalha na escola mencionada. Nela, reconheço-lhe imensas capacidades profissionais. Sobre o conjunto dos professores da mesma, já não poria as mãos no fogo.

Mas como em tudo na vida, convém alertar sempre ao bom senso: ninguém é bom juíz em causa própria; e as generalizações, mesmo a título de opinião, raramente são acertadas.

Culpa maior nisto tudo tem um governo que ostilizou as classes que pretendia disciplinar, enxuvalhando-os primeiro, para os tentar domesticar depois. Isso não é política, nem reforma. É jogo sujo. Quem ainda não percebeu isso, só anda por aí a cuspir para o ar...

zé manel

NFC | 11:39

A montanha pariu um rato...

O Nobel Sistema de Avaliação dos Professores sofre, todos sabemos, de grande contestação corporativista, num clima de folclore sindical rapidamente aproveitado pelos populismo, demagogia e irresponsabilidade da totalidade dos partidos da oposição, encimados - numa imagem que se revelará fatal para o PSD - por um cenário em que Luís Filipe Menezes aparece “colado” (pasme-se) à FENPROF e ao “sinistro” Mário Nogueira.

Antes de tentar explicar as razões que me levam a defender esta Ministra da Educação, as suas coragem e determinação políticas, há um argumento que, pela sua relevância, mas ausência em toda a discussão, merece ser dirimido. Por que razão não foi questionado o facto de se partir para a implementação de um novo método de avaliação, sem que o vigente sistema de avaliação fosse, ele próprio, avaliado? Por que razão não começou exactamente por aqui a contestação dos professores? Porque existia há muito tempo um consenso generalizado na comunidade educativa de que o anterior modelo de avaliação não cumpria os seus objectivos. Isto é, apesar das suas virtudes, que a actual proposta soube recuperar e valorizar (ex.º: o caso da autoavaliação) não se procedia nem procede eficazmente à distinção do mérito nem ao reconhecimento do bom desempenho.

De facto, o anterior processo de avaliação era constituído por um relatório de auto-avaliação e reflexão crítica entregue pelos professores aos órgãos de gestão da escola quando estavam em condições de progredir na carreira, processo esse em que a quase totalidade dos professores era classificada com Satisfaz. Todavia, essa classificação não tinha nenhum efeito uma vez que todos os professores progrediam na carreira, mesmo os que não faziam estes relatórios ou até os que não davam aulas.

Agora imagine-se alguns professores que todos nós, cidadãos anónimos, bem conhecemos: maus professores (como felizmente os existem bons) habituados a não ter de prestar um bom serviço educativo, nem sequer por vezes a prestar algum serviço, porque não eram efectivamente avaliados. Continuemos a imaginar esses mesmos professores agora, sabendo que terão uma verdadeira avaliação, e que dessa avaliação dependerá a progressão na carreira e a respectiva correspondência salarial: Palavras para quê?

Que se suspenda a avaliação, gritaram alguns, seguindo o devaneio dos sindicatos e de partidos como o PP (que promete fazer mas nunca o fez), com a esperança de que, para o ano, com eleições à porta, o governo deixe de governar, se retraia e alimente os interesses, não dos professores, não dos alunos, não de Portugal, mas dos sindicatos, que só quase sobrevivem…

Mas aqui é que está: há muitos bons professores que não receiam este Sistema de Avaliação e que estão com a Ministra. Não há pai nenhum neste país que queira que os professores não sejam avaliados. Não há nenhum sistema bom ou com esperança de melhorar sem que se sujeite ao escrutínio, à avaliação. As escolas já são avaliadas, os alunos já são avaliados, os auxiliares de acção educativa já são avaliados. Por que razão não querem os professores (alguns) esta avaliação? Mais importante ainda: Que avaliação diferente desta querem aqueles que negam tão peremptoriamente a que foi proposta pelo Ministério da Educação? Nada, nem um sinal, nem uma proposta alternativa…na melhor das hipóteses, chumbo pelo evidente vazio de ideias; na pior das hipóteses… falta de interesse em ser avaliado (evidentemente).

P.S.: É só aceder ao sítio da Fenprof (www.fenprof.pt) e constatar a velha habilidade de traduzir derrotas em vitórias: em “Escolas defendem suspensão da Avaliação do Desempenho”. Quando a Fenprof diz que são “muitas” refere-se exactamente a…22 escolas do país.

Samuel Silva | 12:12

Curioso como o senhor Nautilus me critica por ter apagado o comentário sem antes o ter lido. Não conhecia o seu conteúdo, mas ainda assim não se coibiu de me crticar.

Quanto ao manuel d'alem (será familia do Carlos que escrevia no Povo de Guimarães há anos?)

Como já assumi, a greve não era de professores. Mas quem vê além do óbvio consegue juntar as peças e perceber que não se pode desligar esta greve do actual contexto vivido na Educação.

Ao contrário do que o senhor afirma, houve professores juntarem-se à greve. Bastava ter visto, por exemplo, os jornais da Tarde desse mesmo dia para o ouvir da boca dos prórprios ou dos alunos.

É sempre interessante ver as greves a acontecerem em dias estratégicos. Vésperas de feriados, pontes e finais de períodos lectivos. É mais um facto que descredibiliza os professores. E foi isso que o meu post pretendeu apontar: numa altura em que os professores necessitam do apoio da opiniao publica (que o não têm, no meu ponto de vista), deviam dar o exemplo como o deram na escola de Urgezes.

Quanto à ultima provocação que me faz, limito-me a não responder. Quando o senhor souber com que regras se faz o jornalismo, é capaz de entender. Não é por ser jornalista que deixo de ser cidadão. E como tal tenho direito À minha opinião, desde que não confunda os espaços em que a coloco.