O sonho estrelado está mais longe


O sonho estrelado pode estar mais longe, mas nada apaga a fantástica época que o Vitória está a fazer. O jogo de ontem contra o Benfica foi uma repetição de história velhas. Nada que não estivesse à espera.

Nos jogos entre os grandes ganha tradicionalmente o que joga pior nessa fase da época; A diferença entre as duas equipas vê-se também nos orçamentos – Cardozo custou o triplo do orçamento do Vitória para toda a época (o do Benfica multiplica por dez o dos vimaranenses). E é, também por isso, que o Vitória está mais longe do sonho da Champions.

João Ferreira é um grande amigo do Benfica. E não é de agora. Há uns anos, como 4º árbitro, expulsou Romeu, do Vitória, com recurso (irregular) a imagens televisivas.

No jogo de ontem, foi, uma vez mais, o melhor em campo para o Benfica. Controlou o jogo com faltas a meio-campo, marcou faltas ofensivas ao Vitória em lances em que os jogadores vitorianos eram carregados e teve interferência directa no resultado. Não assinalou um penalti claro e escandaloso por puxão de Edcarlos a Miljan, a 10 minutos do fim (dava o empate a 2).

E os três golos do Benfica são precedidos de irregularidade. No primeiro, não há falta sobre Rui Costa (de cada vez que o maestro falava, o árbitro tremia em reverência ao ídolo); no segundo golo, Di Maria joga a bola fora do terreno (eu estava mais próximo do que qualquer um dos árbitros), antes de fazer gato-sapato de Andrezinho; no terceiro golo, paralisação cerebral de Nilson à parte, Cardozo domina a bola com a mão, acabando com o jogo.

Mas nem a ardilosa exibição da equipa de arbitragem apaga os erros próprios do Vitória. Que Cajuda não é um especialista em questões tácticas já se tinha percebido. Mas Camacho não lhe fica atrás. Até ontem: O espanhol do Benfica montou uma estrutura preenchida a meio-campo e coarctou todos os movimentos ofensivos do Vitória. Ganhou o jogo aí.

Cajuda falhou também naquilo que é normalmente o seu ponto forte: As questões psicológicas e de motivação. Os jogadores do Vitória entraram nervosos, acusando a pressão do jogo. E isso foi “a morte do artista” nos primeiros 20 minutos de jogo.

Foram quase 15 dias de ininterruptas notícias sobre o assunto. Algumas bem lamentáveis, como o artigo de ontem que colocava Geromel a caminho… do Benfica. O Vitória precisa de rever a sua politica de comunicação. A começar pelo seu próprio treinador, que passou a semana a falar em demasia.

8 reacções:

João Marques | 21:38

samuel tens razão em tudo o que dizes excepto no lance do segundo golo,a bola nao sai do terreno de jogo

vitoria até morrer!

aL | 01:09

Apesar de odiar o benfica, deu-me gozo ver o vitória a tombar. é a tipica situação de "já metiam nojo". Vão la para o vosso lugarzinho, vão à uefa e já é um mimo.

SPORTiNG SEMPRE!!

Anónimo | 01:30

Samuel: a um jornalista não fica nada bem não conseguir ser isento em causa própria.

Desculpa o desabafo, mas ainda vais a tempo de não ser apenas bom...

Zé Manel

Anónimo | 10:45

Quando a memória é míope e a paizão
clubista esmaga a realidade objectiva, quaisquer comentários, pretensamente pensados, dão vontade de rir.

Vitória

Samuel Silva | 14:50

Caro João,

no estádio pareceu-me que a bola estava claramente fora. E, sublinho, eu na bancada estava mais próximo do que qulquer um dos árbitros. Na TV já vi que afinal a bola não sai.

amigo António,

Tanto ódio ao Vitória? Pensei que a boa época do Vitória despertasse ao menos um sentido romântico de David contra Golias. O lugar do Vitória não é, para já, entre os grandes. Mas nada apaga a caminha épica de uma equipa que, há um ano, estava em 11º na Honra.

Zé Manel,

O blog não é jornalismo. Pelo menos para mim. Não sou jornalista neste espaço e não dispo nunca a minha condição de apaixonado vimaranense quando aqui escrevo. Se alguma vez me dirigirem uma crítica semelhante num artigo publicado profissionalmente, a coisa será diferente. Mas, ando nisto há 6 anos, e prezo muito a minha independência.

Samuel Silva | 15:06

Mais um dado para analisar a miserável arbitragem de João Ferreira.

http://paixaovitoriana.blogspot.com/2008/01/livres-directos-e-indirectos.html

João Marques | 19:29

Ok Samuel, é que a mim no estádio me pareceu desde logo que a bola não tinha saído, dai não ter entendido a tua questão...

essa questão dos livres directos e indirectos só demonstra a imparcialidade deste juiz setubalense... com azia talvez?

e já sabes, há por ai muita gentinha com ódio ao Vitória... mas a esses o melhor é não dar troco

aL | 01:10

ódio só pelo benfica, referi e não o escondo, sabes bem!
só disse que, apesar de até torcer sempre pelos clubes minhotos (excepto contra o sporting) - sou de barcelos-, desta vez já não suportava o cajuda e companhia a meterem-se em bicos de pés. na derrota e na vitória há que ter dignidade e humildade, e se o vitória a teve quando desceu à 2ª divisão, tb a deveria ter agora. só isso, tenho dito!
um abraço amigo...e leonino :)