Homenagem justa
O Monumento ao Nicolino é hoje inaugurado, às 17h30. Depois de 10 anos de avanços e recuos, a escultura em que José de Guimarães homenageia os estudantes vimaranenses e as suas festas é finalmente uma realidade.
Uma homenagem justa à grandeza das Nicolinas e o lugar justo (finalmente!) de José de Guimarães na sua própria cidade.
Gosto da escultura. Uma obra contemporânea como Guimarães não tem, esteticamente bonita e bem enquadrada. E com simbolismo, se a lermos do ponto de vista do autor.
Mas preocupa-me a forma como a cidade tem recebido o monumento. O inquérito aos leitores (esse instrumento obtuso do jornalismo) feito pelo Comércio de Guimarães dá conta dessas críticas, que já me tinham chegado de pessoas mais ou menos próximas das festas.
Arrisco dizer que Guimarães não está preparada para o vanguardismo do seu maior artista. Imaginem se a obra tem avançado há dez anos...
Uma homenagem justa à grandeza das Nicolinas e o lugar justo (finalmente!) de José de Guimarães na sua própria cidade.
Gosto da escultura. Uma obra contemporânea como Guimarães não tem, esteticamente bonita e bem enquadrada. E com simbolismo, se a lermos do ponto de vista do autor.
Mas preocupa-me a forma como a cidade tem recebido o monumento. O inquérito aos leitores (esse instrumento obtuso do jornalismo) feito pelo Comércio de Guimarães dá conta dessas críticas, que já me tinham chegado de pessoas mais ou menos próximas das festas.
Arrisco dizer que Guimarães não está preparada para o vanguardismo do seu maior artista. Imaginem se a obra tem avançado há dez anos...
O monumento: o processo e as demoras (S. Nicolau)
O monumento: memória descritiva (S. Nicolau)
Reportagem da GMRTV
4 reacções:
Qualquer nova obra assusta. Se isso fosse de agora, não havia Velho do Restelo nos Lusíadas. Eu gosto da escultura, mas que se há-de fazer, a peça confunde-lhes a cabeça.
Caro Samuel,
Acho que não se trata de falta de prepração das pessoas de Guimarães para receber esta peça. Trata-se, isso sim, de uma obra, que apesar de bonita na minha opinião, não se enquadra minimamente no espírito e na tradição das festas. A explicação do autor até me podia convencer. Mas se ele pusesse ali outra coisa completamente diferente, mas igualmente bonita, podia dizer que aquilo também era uma capa, ou que quer que aquilo seja.
Eu não acreditava mais por isso! Não me parece uma capa, na verdade não me parece nada de concreto a não ser um "n" de nicolinas.
Na minha opinião, para ser um monumento digno de representar toda uma festa, toda uma tradição que eu respeito, e da qual me orgulho muito, teria que estar ali alguma coisa, que eu, e qualquer outro anti-aluno do Liceu, ou apenas vimaranense olhasse e dissesse: "Isto é um monumento ao nicolino". E as nicolinas estão recheadas de simbolismo. Mas aquele N gigante, vermelho, não represente nenhum deles...
Não é uma questão de velhos do restelo. Muito menos a peça me confunde a cabeça. Trata-se de tradição e de representação do simbolismo da festa mais importante da cidade.
queria eu escrever
..antigo-aluno do Liceu...
O objectivo de qualquer escultura é o de transmitir algo.
E olho para aquilo e não sinto nada. Não sinto Guimarães, não sinto o peso da história dos Nicolinos e dos estudantes Vimaranenses.
Aquilo tanto poderia ser uma escultura de homenagem aos Nicolinos como, quem sabe, o logótipo de um qualquer bar ou da mais recente rede de telemóveis.
De que nos serve ter um Vimaranense a fazer uma obra destas, se os conceitos nela utilizados são de tal modo básicos e simplórios que qualquer outro artista (local ou não) o poderia ter feito?
Essa "contemporaneidade" de que falas faz-me lembrar a "contemporaneidade" da escultura de D.Afonso Henriques feita pelo Cutileiro, ou a Rotunda da Mumadona pelo Siza Vieira...
O povo Vimaranense até pode ser bairrista, o povo até pode ser um pouco, digamos, saloio, mas é gente que sabe o que a sua terra merece.
E merece muito mais do que isto.
E para que não seja acusado de que a peça me "confunda a cabeça" e de ser pacóvio, rústico e saloio, vou ter particular cuidado e senso na escolha das palavras:
A escultura do Monumento ao Nicolino é lixo.
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