Janeiro, 2008 - A quatro anos da CEC

O CCVF anunciou a sua programação para o primeiro mês de 2008. As coisas tinham vindo a melhorar nos últimos meses: Programação mais consistente, mais rica, com maiores motivos para ir a Vila Flor. Mas o cartaz de Janeiro contraria esta tendência.

As propostas para o próximo mês são pobres. É só um mês, é certo, mas o ritmo de crescimento do CCVF parece quebrado. A grande aposta da programação é o trio que junta
Rabih Abou-Khalil, Joachim Kühn e Jarrod Cagwin. Além disso chamam-me a atenção um filme concerto para um público muito jovem, e dois nomes novos da música portuguesa: Mazgani e Raquel Tavares. E a exposição de um nome grande da fotografia – diz-me quem percebe do assunto – Daniel Blaufuks.

Ainda assim, o Vila Flor resolveu, pelo menos, um dos seus grandes problemas: já sabe por onde vai. E vai, parece-me, pela World Music, mais uma ou outra parceria com companhias de teatro e bailado. E uma aposta num público infantil, habitualmente arredado das preocupações das salas de espectáculos. Será suficiente?

A meu ver não. Especialmente porque o CCVF falha o target fundamental da região: os jovens entre os vinte e os trinta’s. É que convém ter noção de que a concorrência aumentou. E ainda que os responsáveis queiram pôr água na fervura, falando em possibilidade de cooperação – que é possível, apesar de tudo – as salas serão, antes de mais concorrentes.

O São Mamede abriu há dias, entre atrasos nas obras e alguns problemas estruturais. Mas a coisa resolve-se. E em termos de programação começa com uma vitalidade fantástica. Acima de tudo porque acertou na mouche: Conhece bem o público da região e faz uma programação que vai de encontro às suas exigências. Assim se compreendem as casas cheias nos concertos de abertura. E a avaliar pelo que aí vem, o cenário é para manter.

Para o início do próximo ano já estão anunciados mais dois concertos. Os autores dos dois melhores álbuns nacionais de 2007,
segundo o Blitz: Wraugun e Clã. Ou o CCVF se põe a pau, ou isto acaba em goleada.

1 reacções:

Tiago Laranjeiro | 21:55

Só estranho, cada vez mais, as semelhanças de grafismos entre o São Mamede e o CCVF. Porquê isso? Para se confundirem os cartazes ao verem-se? Acho absurdo, se não tiver sido premeditado... O que deve ter sido.