5 projectos: A Veiga de Creixomil e a Plataforma de Silvares (III)

A ideia do sistema de mini-metro proposto deverá estar enquadrado numa estratégia alargada de mobilidade para a região. Desconhece-se essa estratégia e por isso, a avaliação da proposta poderá ter algumas deficiências de sustentação.

Presumindo que esse trabalho mais alargado está a ser efectuado, o mini-metro não deverá substituir o metro de superfície de ligação a Braga. Aquele sistema deverá fazer parte de plano de mobilidade para a cidade e para o concelho, onde deverá estar articulado com outros modos de transporte. Neste sentido, uma nova estação intermodal, à entrada da cidade deveria ser considerada no projecto para a Veiga de Creixomil.

A ideia do sistema de mini-metro proposto deverá estar
enquadrado numa estratégia alargada de mobilidade para a região. Presumindo que
esse trabalho mais alargado está a ser efectuado, o mini-metro não deverá
substituir o metro de superfície de ligação a Braga.


O metro de superfície (como as linhas de caminho de ferro em geral) tem de obedecer a requisitos técnicos mais rígidos. O território está muito comprometido devido à dispersão da sua ocupação e às condicionantes geomorfológicas. Mesmo assim, haverá duas hipóteses que podem ser consideradas: uma que partiria de Covas passando pela Veiga de Creixomil, depois Silvares, Ponte e Caldelas; a segunda, utilizando um corredor, que julgo estar a ser estudado na revisão do PDM, que partiria da estação de Guimarães, contornando a cidade por nascente, passando pela universidade, em direcção ao Avepark.

A componente logística que se quer implementar em Silvares com a incorporação no tecido urbano existente é uma ideia interessante, dada a existência de vários elementos, desde logo, a proximidade do nó da auto-estrada. Esta cumplicidade (desenvolvimento do núcleo urbano/ plataforma logística) não será fácil e a localidade poderá ficar refém, caso não se definam e separem claramente os usos menos amigáveis ao ambiente urbano, como o trânsito de veículos pesados.

O carácter logístico da intervenção em Silvares, com a “profunda ligação com o Parque Tecnológico e com as importantes zonas de Pevidém e de Ponte” poderão ficar seriamente comprometidas pela inexistência de uma rede viária local eficiente.

Ao terminar uma pequena nota para distinguir esta discussão (dirigida a projectos na cidade) de uma outra de âmbito concelhio, mesmo que os cinco projectos para a cidade possam beneficiar todo o concelho.
O carácter logístico da intervenção em Silvares, com a
“profunda ligação com o Parque Tecnológico e com as importantes zonas de Pevidém
e de Ponte” poderão ficar seriamente comprometidas pela inexistência de uma rede
viária local eficiente.

Não partilho das ideias de que tudo deva ser concentrado na cidade, nem de que todo o concelho deva merecer um tratamento igual. Acredito que seja necessário definir prioridades, conforme o nível influência e a importância dos núcleos urbanos. Assim, seria interessante a apresentação de projectos de desenvolvimento para as vilas do concelho de Guimarães, de onde claramente Caldas das Taipas e Caldelas assumem particular importância, devido à grande oportunidade que seguramente será o AvePark.
Paulo Dumas: Cidades Invisíveis

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