Toural e Alameda
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Retirar o tráfego automóvel do centro da cidade. A opção só traz vantagens: a nível de vivência do espaço, de conservação dos edifícios e de impacto ambiental.
A intervenção prevista para a Alameda de S. Dâmaso renova um espaço nobre, de há uns anos a esta parte parado no tempo. O tipo de jardim público é quase uma relíquia, sem razão de ser nos dias de hoje e, por aquilo que o projecto dá a conhecer, a Alameda ganha dimensão, sem deixar de ser um jardim, facto que a torna um dos espaços de lazer mais frequentados da cidade.
Também o Toural necessita de uma intervenção que lhe renove a face e adapte o centro da cidade às exigências contemporâneas. A praça tem a mesma traça desde o início do século, com alterações pontuais. Nesse sentido, o mobiliário urbano e a configuração da praça estão ultrapassadas. Além disso, o nome de Lisboa desaparece do chão do Toural...
Criar soluções para o estacionamento perto do centro histórico pode beneficiar o turismo e o comércio local. Embora seja pessoalmente crítico do conceito de “levar o carro até à porta”, a autarquia responde a essa “exigência”. Só se estranha tal opção depois de se ter “vendido” a intervenção na Mumadona como solução para este mesmo problema.
Sinal –
O Toural do projecto agora apresentado é uma praça formatada, sem identidade e sem o carisma que marcam o centro da cidade de Guimarães. É inquestionável a necessidade de renovar o Toural, mas o projecto agora conhecido é tudo menos uma aposta no “reforço do carácter simbólico e identitário do Toural”.
A fonte central do Toural, sem ser uma obra inspirada, é uma peça marcante da actual praça. Embora não tivesse cabimento mantê-la, a opção por um vulgar espelho de água também me parece um tiro ao lado. Uma peça escultórica arrojada podia ser a solução certeira para dar a dimensão cosmopolita que Guimarães exige para o seu centro.
A autarquia permite-lhe deixar a sua opinião aqui.
4 reacções:
Inacreditavelmente mau, sem identidade, sem carisma, sem respeito pela história e mítica do espaço, desenquadrado do meio envolvente, este projecto para o Toural faz com que deixe de ser a sala de visitas da cidade e passe a ser um mero hall ou saguão. Eu, que não sou arquitecto, sou só (?) vimaranense e morador no Toural, acho este o maior disparate desde que derrubaram as muralhas para calcetar a cidade no séc. XIX, pior do que o erro cometido na Mumadona? Faz sentido que na Oliveira e na praça S.Tiago a calçada seja granítica, a envolvência medieval assim o recomenda; o Toural apresenta uma traça pombalina; qual a lógica da mesma calçada?
Mais uma vez esta CMG vai fazer aquilo que lhe dá na real gana, com os empreiteiros que lhes derem mais...jeito, e o vimaranense engole.
Magalhães (deculpe não o chamar de presidente, nunca votei em si e nunca votarei), se tiver coragem, submeta o plano a votação popular...
P.S. Será do meu computador ou o site da CMG está inacessível há algum tempo...
Eu consigo aceder ao site da câmara.
Obrigado pelo contributo para a discussão.
Mais um crime arquitectonico. Quando será que os Portugueses vão aprender a preservar o que têm ? Maldita moda da pedra e do cimento e malditos os pseudo-intelectuais que a apoiam.
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