Brincar às universidades

A reitoria da Universidade do Minho tem lamentado as dificuldades que sente em virtude dos cortes sofridos no seu financiamento. Há investimentos que ficam por fazer, propinas máximas cobradas, bibliotecas fechadas e professores despedidos – ainda que o facto seja negado por um subterfúgio legal. Mas na UM parece sobrar dinheiro para construir um campo de golfe.

O ComUM conta hoje que o espaço, instalado nos terrenos do campus de Azurém, em Guimarães, será inaugurado no próximo dia 13, por alunos da Universidade do Porto – ainda por cima!

Aliás, o jornal on-line dos estudantes minhotos já tinha levantado a questão em Novembro do ano passado, quando o projecto tinha sido anunciado no órgão oficial dos Serviços de Acção Social da UM (SASUM). Confesso que todo este tempo volvido e sem novidades sobre o campo de golfe tinha a sincera esperança que a estapafúrdia ideia tivesse sido abandonada. Pelos vistos, bom senso é coisa que não abunda do lado de quem manda na universidade.

Como alguém dizia no Universidade Alternativa, de Cadima Ribeiro, em Abril último: "é quase obsceno gastar dinheiro num campo de treino de golfe quando ao mesmo tempo se fala em cortes de pessoal". O professor de Economia da UM acrescenta, em declarações ao ComUM, que "há vários outros projectos que mais depressa justificariam o dispêndio daquele volume de recursos".

Carlos Silva, o todo-poderoso director dos Serviços de Acção Social da UM furta-se a comentar a notícia, mantendo os tiques já bem conhecidos em alguém que gere um dos mais importantes – porque democrático – instrumentos da Academia, como se da sua quinta privada se tratasse.

O senhor da foto é mesmo o director dos SASUM

Edição - 11/10/07: 12.41: Fiquei agora a saber que a coisa custou 88 mil euros. Quanto custa manter aberta esta biblioteca?

1 reacções:

Anónimo | 11:11

olha que vais perder a bolsa, pá!