A UM morre. O Minho assiste

No mesmo dia em que se sabe que a Universidade do Minho é considerada pela Comissão de Avaliação Externa da European University Association, uma "referência de elevada qualidade, não apenas para as universidades portuguesas mas também para as europeias", o reitor da instituição lança o alerta: "A Universidade do Minho está a morrer".

A instituição necessita de sete milhões de euros para não paralisar por falta de dinheiro, no próximo ano. A UM responsabiliza "o Ministério da Ciência e do Ensino Superior" e o "factor de coesão" que transforma os 5,5 milhões de euros que a UM devia receber a mais no próximo ano, em pouco mais de um milhão e meio.

O problema não é novo, mas a cada ano que passa acentua-se, e o futuro da instituição mais importante da região está em causa. Se os responsáveis são facilmente identificáveis, torna-se menos claro o caminho a seguir para fazer face ao problema.

Num Minho cada vez mais província de um país de umbigo único, este é apenas mais um alerta que a região devia acolher com especial preocupação. E começar a agir.

post scriptum: não deixa de me provocar um sorriso irónico que a UM seja considerada um exemplo na transição para Bolonha. Depois daquilo a que assisti no ano passado em algumas licenciaturas e a confusão de que tenho sido vítima no meu prórprio curso neste ano, se este é o exemplo, imagino a ribaldaria que se vive por essa Europa fora.

2 reacções:

Pat | 00:45

subscrevo totalmente o PS...UM exemplo na passagem pra Bolonha??...pois sim...

José Manuel (Nelo) | 19:17

É o que dá investir milhões em edifícios e infra estruturas sem rentabilidade própria.

Há 16 anos, a UM tinha um vigésimo do espaço edificado que tem hoje.

Para quê ?
Para roubar alunos ao Porto, Coimbra e Lisboa ?

É o que dá a autonomia num mercado exíguo como o Luso: cada reitor ou autarca quer crescer à volta da sua coutada. E depois, o Estado que financie a exploração.

Não é assim que se governa um país.

Ao fim de 30 anos, só uns 10% dos tugas é que já perceberam isso. O resto, ainda anda a orientar-se.