Marcha Gualteriana

Ontem foi dia de Marcha Gualteriana. Depois do cortejo do Pinheiro, nas Nicolinas, este é o maior momento de “comunhão” entre os vimaranenses, uma noite única de identificação das gentes de Guimarães com as suas tradições, no culminar de quatro dias dedicados à cultura, nomeadamente a de cariz mais popular, e à diversão.
Numa época em que milhares de emigrantes regressam a Portugal, de férias, a cidade enche-se de vimaranenses – residentes ou não –, mas também de muitos forasteiros encantados pela cor de que se reveste a cidade Património Mundial.
Sem pôr em causa o trabalho – fantástico, sublinhe-se – dos obreiros da Casa da Marcha que, durante um ano, há quase um século, erguem os carros alegóricos e os fazem desfilar pelas ruas da cidade, este ano dei com uma situação evitável, que, de algum modo, me chocou.
O primeiro carro do desfile é, invariavelmente, o Carro da cidade, dedicado a Guimarães e com os principais símbolos da cidade como ornamentos essenciais. Até aqui nada de mal… Mas a tradicional dedicatória desse carro era, este ano, “ao trabalho desenvolvido pela Câmara municipal” e, na descrição do mesmo, era ainda dito que para o orgulho vimaranense “actualmente, contribui bastante o esforço conjunto de uma equipa que trabalha incansavelmente para que este progresso seja contínuo”.
Às tantas tem sido assim todos os anos e eu é que ando com o sentido crítico mais aguçado, mas em ano de eleições, exigia-se, no mínimo,... mais cuidado!
A Casa da Marcha, como uma das instituições mais antigas e valiosas da cidade devia evitar este tipo de papéis que, não só não a engrandecem, como podem colocar em causa a sua seriedade.

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