Sobre o debate


Irreversível. Foi uma das palavras mais ouvidas à saída da sessão de 6ª feira à noite.

As intervenções finais de Jorge Sampaio e António Magalhães deram um sinal claro. A sensação de que as duas últimas semanas de avisos e estados de alma, vindos da Câmara Municipal de Guimarães e do Ministério da Cultura, poderiam originar alguma mudança no Conselho de Administração da Fundação Cidade de Guimarães esfumou-se pela boca dos seus principais impulsionadores: Jorge Sampaio, depois das duras recomendações feitas em Março, pediu paciência aos vimaranenses e apelidou de "tricas" algumas críticas ouvidas; António Magalhães, que chegou a lamentar não poder intervir por causa dos Estatutos, afirmou que a situação está a melhorar e não deixou de caracterizar o mais eloquente dos críticos à forma como a Fundação tem gerido o processo (Amaro das Neves) como "uma pessoa difícil".

No entanto, reflectindo sobre os acontecimentos recentes que culminaram neste debate, há três observações que me parece importante partilhar:

1 - António Magalhães errou ao tentar, desde o início, afastar a Câmara e a Oficina da Fundação Cidade de Guimarães. A recente reprogramação acordada e o respectivo reforço de verbas e competências da cooperativa municipal (e que permite a Magalhães vir a terreiro dizer que a situação está a melhorar) são a prova disso. Magalhães sabe, agora, que a Oficina deveria ter sido, desde o início, o principal elo activo de ligação da cidade e suas instituições para com a Fundação e os programadores.

2 - A Fundação Cidade de Guimarães tenta salvar um pouco a face aceitando uma reprogramação com a Oficina e contratando uma equipa de comunicação que realmente trabalha. Muito provavelmente, e lembrando as palavras estranhamente optimistas do presidente da ACIG no debate, terá também prometido uma maior atenção para com as empresas vimaranenses e da região nas aquisições de bens e serviços. No essencial, parece que a FCG tenta emendar alguns erros, embora não os admita e, acima de tudo, que eles não sejam motivo para mudanças mais drásticas.

3 - A Directora de Comunicação e Marketing ficou sem a área da Comunicação pelo que neste momento apenas o Marketing não funciona. Ainda estamos à espera da contratação de alguém especializado nessa área, para que a Drª Bernardina Ribeiro possa apresentar a sua demissão.

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