The Peacemaker
Se houvesse sondagens periódicas para uma Câmara municipal como há para o governo, o PSD teria recuperado uma dúzia de pontos nas intenções de voto para o município nos últimos meses. Desde que André Coelho Lima assumiu a liderança.
O líder social-democrata assumiu um projecto novo para a cidade, plasmado num conjunto de entrevistas sólidas aos jornais locais. E mudou a estratégia do PSD na Câmara, optando por marcar a agenda, especialmente no caso da opção gestionária, ao ponto de ter irritado Magalhães, num dia negro da democracia local.
Se a isto juntarmos a sequência de tiros no pé que os socialistas têm dado recentemente - a "validação" da lista de Emílio Macedo é só o mais recente - percebe-se o meu argumento inicial. Hoje, Coelho Lima marcou novamente pontos. E o PS caiu na esparrela de uma forma incompreensível.
O "veto político" aos projectos do Vitória ainda não foi explicado convenientemente. Mas as duas maiores instituições do concelho perderam-se numa série de comunicados infelizes e intervenções desajeitadas que extremaram posições a tal ponto que, na opinião pública, poucos percebem de que lado está a razão. O PSD fez de mediador numa contenda em que, à partida, não era tido nem achado.
Coelho Lima foi o pacificador nesta guerra e fê-lo bem. Porque passou uma imagem de moderação, que cai bem ao eleitorado. E assumiu a liderança de um processo que interessa a grande parte dos vimaranenses. Espantoso é que o PS, especialmente o presidente da Câmara, não tenham percebido isso. E assim abriram alas a esta posição do PSD, porque se comportou como contendedor, quando uma Câmara deve ser, acima de tudo, árbitro.
Sexta-feira realiza-se a primeira Assembleia Municipal com a nova liderança social-democrata instalada no poder. Vamos ver que implicações terá esta mudança no combate político naquele órgão autárquicos. Uma coisa é certa: o PS tem que agir, mais do que reagir, antes de 2013. Porque, quando o fizer, pode ser tarde e já não bastarem os quase 30 pontos de vantagem das últimas autárquicas.
6 reacções:
E, aparentemente, a agenda política do PSD passou a ser seguida pelo PS:
http://guimaraesdigital.com/index.php?a=noticias&id=42005
Se do ponto de vista político, gerido com tacto e diplomacia, pode dar mais um trunfo a Coelho Lima, o importante mesmo é se destas reuniões pode sair um conjunto de medidas que efectivamente façam alguma coisa para contrariar os níveis de desemprego do concelho.
Mais um exemplo, Rui. Apenas mais um.
Esperemos que, de facto, saiam soluções. Embora não acredite. O que uma Câmara pode fazer pela economia e o emprego pode ter efeitos a médio e longo prazo. Neste momento de desespero precisamos de mudanças para ontem. E nessas as autarquias não têm mão.
Mas conseguir-se criar bases para sair mais rapidamente do que outros concelhos da crise e crescer mais rapidamente quando houver retoma (lá para 2035, por este andar), já seria positivo.
Não deixa de ser irónico, Samuel. O PS tem um trunfo nas mãos sobre a forma da CEC, que sabendo usá-lo, poderia dar-lhe benefícios contínuos (envolvimento da população, pontos de situação das grandes obras, apresentações individuais e periódicas das grandes iniciativas para 2012, ...) e chega a esta altura claramente a reboque do PSD, acossado e sem saber (ou poder) dar respostas.
Torna-se muito mais divertido ler este texto depois da Assembleia de ontem.
Então porquê? Se for pela parte das expectativas, estamos de acordo. Não percebo o que ganhou o PSD com a mudança de líder da bancada parlamentar.
Precisamente. Marcar a agenda, como dizes, estamos de acordo. Este PSD, mais que o anterior, utiliza a táctica do desgaste e do ataque continuado. Tenta sair bem nos jornais e dá opiniões sobre tudo. No que toca ao poder de acertar no momento certo, de fazer as propostas nos locais devidos, de não cair na tentação da crítica fácil e do levantamento das suspeições, são piores do que o antigo PSD. Concretizam menos, e são ainda (!) menos constructivos.
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