O impacto da UM na comunidade
Hoje no Público (sempre o Público) vem um artigo sobre o impacto económico directo dos estudantes da Universidade do Minho na comunidade. A principal conclusão é que os 16.000 estudantes universitários gastam por ano 20 milhões de euros em alojamento, alimentação e despesas associadas ao ensino. De fora destas contas ficam as despesas em bares, espectáculos culturais, etc. O estudo, encomendado pela Associação Académica da UM, nada diz sobre que fatia deste dinheiro fica em Braga ou em Guimarães. Aí reside, na minha opinião, o principal problema. Não estudo na UM, mas a conclusão a que chegou pelos contactos que tenho com estudantes de lá e pelo que vejo nas duas cidades, Braga consegue atrair muito mais os alunos que Guimarães. A nossa cidade andou durante décadas de costas voltadas para a UM. Os estudantes não frequentavam e continuam a não frequentar a cidade, ficando-se pelos arredores do campus de Azurém. Por exemplo, se excluirmos os estudantes de Arquitectura, é difícil encontrar um aluno da UM no Centro Histórico.
Penso que teríamos todos muito a ganhar por um contacto mais próximo com a UM. O projecto Campurbis é um passo muito importante para a aproximar da cidade, mas a grande barreira que falta transpor é a de um certo preconceito que permanece na nossa mente por não vermos a Universidade como nossa também.
8 reacções:
Já escrevi sobre isto, há uns dois anos no ComUM. O texto já não está on-line o que é pena.
Há aqui duas questões que temos que analisar separadamente. De um lado o contacto da UM com as populações e do outro o contacto da UM com os responsáveis políticos. Num e noutro caso, Guimarães e Braga estão em campos completamente diferentes.
Na área do contacto com os responsáveis políticos entendo que Guimarães é um caso exemplar de sinergia entre decisores e academia (CampUrbis, Ave Park, Projecto do Toural, etc), coisa que Braga não é.
Quanto ao contacto com a população, dá-se uma situação inversa. Braga tem mais estudantes (por questões de organização interna da UM), mas também mais vida estudantil e realizações ligadas de uma forma ou de outra à universidade. Concordo contigo: é isso que Guimarães deve agora procurar. Acho que o CampUrbis pode ser importante para isso, mas estas coisas não se fazer por decreto.
Acho que era interessante a uma qualquer quarta-feira de período de aulas dar um salto até restaurantes e snack-bares do centro (Fortaleza, Adega dos Caquinhos, Piedade...) para verificar que quase todos as semanas há encontros de estudantes da Universidade do Minho longe do campus de Azurém. E não se resumem a Arquitectura, nem a estes restaurantes. Começa também a ser hábito encontrar alguns grupos desses estudantes no São Mamede também à quarta-feira.
Por outro lado, se em Braga saíres de Gualtar tens a mesma sensação. Com a "agravante" de lá, as condições à volta do Campus estarem criadas para que não se desloquem até mais longe do que a D. Pedro V (ali à chegada ao centro já é certo), porque os Bares, Restaurantes e Bar Académico fazem grande parte do que é a vida dos alunos da UM em Braga. A única excepção é o Sardinha Biba que fica fora de mão, mas em Guimarães o La Movida também abre nesse dia.
Não vejo as coisas nesses termos, embora reconheça iniciativa e trabalho aos responsáveis políticos de Guimarães nesta área. Por exemplo, é ainda em Braga que temos mais casos de empresas bem sucedidas que nasceram a partir da UM (a Mobicomp é hoje o exemplo mais conhecido, mas podíamos enumerar muitos mais). Talvez com o AvePark consigamos inverter isto dentro de uns anos, embora não seja propriamente uma competição. E é em Braga que vais ter o hospital universitário e o Instituto Ibérico de Nanotecnologia.
Estas mudanças não se fazem por decreto, é certo, mas é um passo no caminho certo. Resta saber se esta corrida não está já perdida.
Caro Paulo, já fiz isso várias vezes e a experiência que tive foi a que relatei. Não vale a pena tentar camuflar aquilo que todos vemos: os estudantes da UM estão muito mais desligada de Guimarães do que de Braga. Das vezes que saí em Guimarães à quarta-feira com amigos que estudam na UM, ou ficávamos ali à beira do campus, no Café Universitário e BA, ou se íamos à Oliveira muito pouca gente da UM encontrávamos.
Em Braga existe há muito uma movida incomparável à de Guimarães, no que respeita à UM.
Tiago,
Não me cabe a mim tentar camuflar o que quer que seja. Só que eu todas as quartas passo em alguns dos sítios que falei no comentário anterior. E invariavelmente há gente da UM. Aliás, aproveita e vai também ao CAR ou Convivio nesses dias. Não encontras nenhuma noite louca cheia de universitários, lá isso não! Mas tal como te disse, em Braga, esse tipo de ambiente só encontras nos bares à volta da UM, em Gualtar. No centro é um ambiente diferente.
Para a quantidade de estudantes que cá temos até acho fantástico tu falares em BA, Café Universitário e eu falar-te em CAR, Convivo, Fortaleza, La Movida, e já agora a pastelaria dos bombeiros e o Carioca. Não está mau!
Perdido não está, Tiago. A UM é uma universidade jovem e tem muito mais história para a frente do que aquela que está para trás.
Quanto à noite, Tiago, também já ouvir críticas semelhantes à tua em Braga. Porque no centro de Braga os estudantes também passam pouco (embora mais do que em Guimarães). A rua nova de Santa Cruz é vista Às vezes como uma espécie de gueto.
Faz a experiência em Braga: Vai à Avenida à 4a à noite e conta os estudantes que por lá andam. Não devem ser muitos mais do que os que estão pelo nosso centro histórico.
Agora, que se pode fazer mais, lá isso pode. Mas não é uma questão de análise muito fácil.
Claro que Braga tem sempre mais vida, é maior tem mais alunos, e portanto não é de espantar que esteja na frente.
Agora não será bem assim como se escreve sobre Guimarães.
Trabalho quase 10 horas/dia no Centro Histórico, e portanto estou um pouco á vontade para dizer que vejo/sinto/apercebo-me de bastantes estudantes da UM por lá.
O S.Mamede e o Vila-For também são bem frequentados,e até conheço alguns que se fizeram sócios do Vitória!
Braga é maior?
Onde?
É que passeio por uma e por outra e não noto diferença de tamanho, e as populações são idênticas...
Tem sempre mais vida Braga? De noite o centro parece um deserto.
Acorde...
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