No Público de domingo
Evito misturar trabalho e participação na blogosfera. Mas o tema, parece-me, merece uma excepção.
O caderno Cidades do Público deste domingo terá como tema central a Guimarães 2012. Um trabalho de quatro páginas que aborda as obras previstas em termos de infra-estruturas e regeneração urbana (onde quem for estando atento encontrará, infelizmente, poucas novidades), mas também o trabalho de preparação da vertente cultural do evento. Uma peça assinada pelo Sérgio C. Andrade que fala do que será a CEC, com declarações amargas de alguns responsáveis políticos locais e alertas pertinentes das associações culturais.
Parece-me um trabalho a não perder. Façam lá o favor de amanhã esgotar o Público cá na urbe.
3 reacções:
Li a reportagem e cada vez percebo mais claramente que há algo podre no reino da Dinamarca. Leio o seguinte:
“A vereadora da Cultura, Francisca Abreu, faz também profissão de fé na confiança que a câmara depositou na estrutura criada em Agosto passado e dirigida pela economista e gestora Cristina Azevedo para pôr de pé Guimarães 2012. "Eu poderia dar mais do que tenho sido chamada a dar, mas compreendo que esta é uma nova fase, e que agora é menos o lugar dos políticos e mais dos programadores", diz ao PÚBLICO a vereadora, notando ter desempenhado o seu papel no lançamento e defesa da candidatura a CEC, primeiro junto do governo português e depois em Bruxelas.”
Depois de tudo quanto tem sido dito, do que vou vendo, do que me vão contando e dos sinais que me vão chegando, poderia esperar tudo menos saber que a senhora vereadora da cultura “faz também profissão de fé na confiança que a câmara depositou na estrutura criada em Agosto passado”. Tenho a senhora como alguém que se apresenta como muito emotiva e que fala sempre com o coração ao pé da boca, o que, umas vezes, é bom, outras vezes é mau, mas parece inequivocamente sincero. A ser verdade que a senhora faz mesmo tal “profissão de fé”, confesso que fico perturbada e não sei como ler tais palavras. Sei que, da senhora vereadora, desde que a quiseram empurrar para deputada (notícia nunca desmentida, embora eu não esteja certa de que tenha sido publicamente assumida), seria de esperar que esperaria um acto clarificador e de elevação, mas nunca uma tão clara manifestação de falta de coragem, porventura ditada por interesses tão pequeninos e tão mesquinhos, como o apego ao poder.
No geral acho que a reportagem transmite na realidade um pouco aquilo que se tem passado na cidade... ou seja só alguns e poucos é que sabem o que se vai passar, pois não convém que haja muita gente para meter dinheiro no bolso.
E dou um exemplo de exclusão de participação:
Numa cidade como Guimarães verifica-se que existem duas grandes salas, uma municipal cujo endividamento é escondido e que se espera anular com o dinheiro que ha-de vir, e outra como o São Mamede CAE que luta para viver e que consegue já ter uma programação regular e interessante para quem apenas vive com a bilheteira, mas que depois não é sequer convidada para um aniversário do CCVF, não é convidada para as apresentações relativas à CEC 2012, entre outras coisas...
Na reportagem também assim acontece ou seja o São Mamede CAE também não é sequer falado, ou apontado como uma sala existente na cidade, o que na prática reflete aquilo que referi em cima quando falo do que se passa na cidade.
Deixo bem claro que não tenho ligações ao São Mamede CAE, mas que gosto da sala e das pessoas gosto, pelo que entendo que deveria haver mais justiça para quem investiu tanto dinheiro em prol de fazer algo pela cidade...
Fica aqui a minha pequena justiça/homenagem...
O S.Mamede é uma das mais-valias culturais da cidade. E vive!
Pena é, que muitos vimaranenses ainda o não tenham visitado, especialmente aqueles que criticam a falta de cultura na cidade...
Já agora, quem quiser conhecer a programação do Vila-Flor, basta frequentar o S.Mamede, porque programas por lá, é coisa que não falta...
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