Frases de ontem, para amanhã

Um dos episódios mais "marcantes" da campanha autárquica 2009 em Guimarães não foi travado entre as candidaturas. Foi travado entre o actual (e reeleito) presidente da Câmara e um geógrafo que trabalhou com a autarquia. Álvaro Domingues, ao que parece, trabalhou ou trabalha com a Câmara Municipal na área do urbanismo. Foi convidado pelo jornal Público a dar a sua opinião sobre como as autarquias gerem a área em que trabalha. Sobre Guimarães, teceu duras críticas. São palavras para recordar, que devemos ter presentes ao longo dos próximos tempos.

Em Guimarães, património da humanidade, onde trabalhei, eu digo: “Já não posso com isto”. Guimarães sempre teve mais de dois terços da população e do emprego fora do perímetro urbano. E sempre acharam normal; agora cavou-se uma trincheira. Só se preocupam com o centro histórico, com a cidade extraordinária. Do outro lado da trincheira, está a cidade ordinária, a genérica, que não tem marca e ninguém vê... As pessoas agarram-se ao que acham que conhecem, e, à medida que vai aumentando o trauma da perda da cidade extraordinária, aumenta a amnésia do resto. Por isso acho que os investigadores, e o planeamento, se devem centrar nesta área da cidade, que da outra já há muito quem se ocupe.
Álvaro Domingues, Público, 3 de Outubro de 2009.

7 reacções:

lirath | 21:22

Olha, quem ele é! Está de volta, mas atrasado. E não aprendeu nada. Será que o geógrafo fez mesmo as "duras críticas" de que fala ou será que não disse nada de novo.

Aconselhava-o a ler (e ouvir) isto, antes de fazer leituras convenientes: http://www.guimaraesdigital.com/index.php?a=noticias&id=39232

Samuel Silva | 11:41

Não são duras críticas, é a realidade. Como de resto já aqui tinha escrito:http://colinasagrada.blogspot.com/2009/10/frases-para-pensar.html

Paulo Lopes Silva | 11:48

O episódio mais marcante da campanha nunca poderia ter sido entre duas candidaturas. As críticas mais sérias à Câmara Municipal e à sua gestão, feitas de forma construtiva, raramente vieram da oposição da maioria (reforçada) do PS em Guimarães.

Anónimo | 19:08

O principal cancro de Guimarães é o afastamento cada vez maior das pessoa à Santa Mãe Igreja. Dos tempos da Colegiada já pouco resta e isso é profundamente triste e não augura nada de bom para a cidade.

Joseph K. | 22:57

Do pouco que resta, a Colegiada sempre foi deixando alguns elementos pictóricos de insuspeito pendor orgiástico e tão apreciado pelos turistas.
Ora, isso é bom e não consta que tenha efeitos cancerígenos.

Anónimo | 00:16

Joseph K.,
Não desrespeite a história sacro-santa de uma cidade de que gosto muito.

Joseph K. | 23:10

Passei, respeitosamente, pelo seu refúgio e devo dizer-lhe que não gostei nada da decoração.
Tenha uma sacro-santa noite !