Desnorte social-democrata
Vítor Ferreira anda perdido. Para o líder do projecto “laranja” em Guimarães, a prioridade para a gestão do concelho, em caso de vitória, é concretizar a regionalização! Todos sabemos que uma das competências de um órgão autárquico é legislar. De preferência sobre a divisão e ordenamento de território nacional. Ou então, não.
Caso ninguém naquela malta tenha percebido, dizer que se está preocupado com o emprego, que se quer reduzir as taxas aos desfavorecidos ou criar um pelouro de desenvolvimento económico não chega! É preciso um plano sustentado. Com propostas sérias e a todos os níveis. Concretizáveis pela Câmara Municipal, de preferência.
Vítor Ferreira quer ainda nova centralidade para o município. A sul e a norte do concelho. E eu até já percebi onde vai ser a norte: novos centros económicos e sociais nas freguesias de Rendufe e Gonça, onde os sociais-democratas não têm candidatos.
Para terminar, o candidato a presidente da Câmara de Guimarães do PSD advoga ainda uma politica de transparência para o Município. Para mim é transparente como a água cristalina: ainda não é desta que existe mais do que uma alternativa séria ao poder, em Guimarães.
11 reacções:
Acho desnorte um pouco forte. Mas é certo que há qualquer coisa que não bate certo, ao menos na notícia.
Não percebi , de facto, como é que uma questão nacional pode ser uma prioridade da autarquia.
Há qualquer coisa que não bate certo, é verdade: a deturpação que se faz das palavras de Vítor Ferreira. Vítor Ferreira afirmou na apresentação do seu programa autárquico que a sua prioridade enquanto Autarca será a defesa da regionalização, pois vê nela a solução para grande parte dos problemas que enfrentamos.
O problema, Tiago, é que não é isso que vem nas notícias.
Não sei... Ainda não vi a imprensa escrita vimaranense desta semana... Só sei que foi isto que ele disse.
De facto, não é isso que se lê sobre a apresentação da Vítor Ferreira. Mas de qualquer das formas, defender a regionalização, ok estamos de acordo. Ter essa como prioridade de um mandato numa autarquia parece-me exagerado.
Já a líder do partido e candidata a primeira-ministra disse hoje à TSF que é contra a regionalização. Às diferenças de opiniões dentro do PSD já estamos habituados. Mas estes bloqueios a uma alteração estrutural que será vital para o país parecem-me lamentáveis.
Eu sou contra a regionalização. E? Isso invalida alguma coisa?
Não há outras soluções?
Concordo com o diagnóstico que Vítor Ferreira faz dos problemas do concelho. Concordo também com a maioria dos caminhos apontados. Discordo da regionalização, mas concordo com o que motiva a eleição desta medida como um ponto essencial do seu mandato.
Desconheço outras soluções para o problema estrutural do país que é o monopólio de decisões em Lisboa. Aliás, desconheço razões para se ser contra a regionalização.
Parece-me estranho que apoies um candidato quando discordes da premissa essencial do pensamento político dele.
Não me parece que seja a premissa essencial. Diz que é a causa que vai eleger como prioritária, pois julga residir aí a solução para o Norte.
Eu digo que a regionalização só vai criar pequenas administrações centrais nas regiões, aumentando o processo burocrático. Conhecendo o nosso país, penso que é isso que irá suceder.
Há outras soluções: desde logo uma descentralização efectiva dos serviços.
Descentralização dos serviços é aquela coisa que nos andam a prometer há muito e efeitos práticos nenhuns. A única que me lembro foi aquela coisa anedótica do governo Santana Lopes de espelhar secretarias de Estado pelo país.
Visto à distância, parece-me que essa medida não era tão má quanto a pintaram...
Prometeram a descentralização mas não a fizeram. Que a façam, então.
Enviar um comentário