Think Pong: As nossas festas
No último sábado, o Pinheiro marcou o início das Nicolinas. Nos próximos dias Guimarães mantém-se em festa, ainda que o número anunciador das festas seja, cada vez mais, momento único. Os baixos níveis de participação nos restantes eventos associados às Nicolinas, especialmente no Pregão e Maçãzinhas, que são verdadeiramente míticos, causam preocupação.
E é de preocupação que vos quero falar. A preocupação que associo às Nicolinas, com algum pessimismo que gostava fosse escusado. Temo que não. O futuro das festas não está em causa. Basta ver a vitalidade do Pinheiro. Mas limitar as Nicolinas ao número do dia 29 é menorizá-las, é deixar escapar boa parte da sua essência, e a maquilhá-la com a massificação, que pode ter um efeito perverso de as descaracterizar
Outro motivo de preocupação tem a ver com a pouca valorização que se faz, hoje em dia, da comissão de festas Nicolinas. São os estudantes que continuam a fazer as festas, mas pouca gente parece ligar a isso. A começar pelas próprias escolas. Aquela dezena de miúdos dá o seu tempo pelas festas de toda uma cidade, são capazes de controlar largos milhares de pessoas, e o que é que recebem em troca? Quase nada. Pior, ainda falham os testes, prejudicam as notas e, em último caso, perdem o ano.
Parece-me da mais elementar justiça que as festas Nicolinas sejam equiparadas a todas as outras festividades académicas nacionais. Nenhuma com a mesma tradição e significado. Ninguém põe em causa as isenções de aulas nas Queimas das Fitas nem as vantagens dadas nas Universidades aos membros das tunas académicas. Então por que não igual tratamento aos membros da Comissão Nicolina? Com a possibilidade de fazerem os testes em período especial e de não prejudicarem a sua folha de assiduidade durante mês e meio em que preparam as festas.
Uma nota final sobre o número anunciador das Nicolinas. O Pinheiro foi perfeito. Muito frio (a minha memória tem-na como a noite mais fria do ano e este ano foi-o), um “milagre” climatérico (nem gota de chuva durante o cortejo), excelente companhia (como é habitual), e uma organização certa, o que nos últimos anos não foi comum. Às três em ponto o Pinheiro estava levantado. Tem que ser assim.
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