Da responsabilidade

Não bastava meter a prostituição e a homossexualidade no mesmo saco, o Comércio de Guimarães continua a revelar-se um case study em matéria de irresponsabilidade. A notícia desta semana sobre um alegado aumento do número de suicídios na região volta a levantar a questão da Responsabilidade Social e da falta dela. (Diana Andringa dá uma ajuda).

O CG passa por cima de todas as regras éticas no que toca ao tratamento noticioso do suicídio. Além disso, a notícia é por si só falaciosa e nem sequer descrimina os números de suicídios e homicídios não são sequer separados. O que enviesa logo os dados.

O próprio director de Psiquiatria do Hospital de Guimarães “afirma que apesar de não dispor de dados exactos”. Mas procurá-los dava trabalho…

Ademais, utilizar a palavra “disparar” num artigo sobre suicídio é apenas mau gosto. Ilustrá-la com uma pistola é não ter dois dedos de testa…

À irresponsabilidade do jornal, junta-se a incompetência do clínico, capaz de catalogar o fenómeno como “pandemia social”. O termo só por si é uma invenção. E falar em pandemia é incorrecto, porque este não é um fenómeno que atinja uma larga franja da população. Neste caso nem sequer em epidemia era possível falar, porque o suicídio por si não é uma doença, muito menos passível de contágio.

1 reacções:

Dario Silva | 00:18

Aumentaram as tentativas de suicídios/homicídios no nosso concelho...

Estou marabilhado! Então agora os actos voluntários (?) são equiparados a actos involuntários?
Diana Andringa falou noutro momento de "jornalismo de sarjeta". Eis um exemplo, é só mais um exemplo de jornalismo-cidadão... qualquer cidadão pode e deve fazer as associações de ideias que entender mesmo entre ideias que não têm a mínima relação. Há que ver mais além, ver para além da curva.
Isto pode ser o princípio de algo novo, verdadeiramente avassalador!

Parabéns!

Dario Silva