Eu sei quem precisa de vigilância

Quando Luciano Baltar fala é, no mais das vezes, para dizer barbaridades. Desta vez, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Guimarães veio a público defender a instalação de videovigilância no Centro Histórico, assumindo-se como adepto “incondicional” da coisa.

Sou contra a instalação de câmaras de vigilância em espaços públicos. Provavelmente influenciado pela visão distópica orewliana. Mas a verdade é que a intrusão do Estado na vida de cada um é cada vez mais forte. Em Inglaterra instalou-se um sistema panóptico ao abrigo do fantasma do Terrorismo. Cabe aos cidadãos ser capazes de lhe dizer não.

Voltando a Baltar: Argumentos para justificar a opção? Nenhuns. Até porque, em Guimarães a protecção do património tem sido feita sem recurso a câmaras. E o argumento da segurança não faz sentido na cidade Berço.

No Porto mata-se e morre-se à lei da bala, num verdadeiro western em que a polícia não tem mão – ou tem mão a mais… Mas Guimarães é uma cidade tranquila. Os problemas de insegurança são concelhios, vivem-se nas vilas. E têm focos, causas e soluções bem identificadas. A cidade tem suficiente segurança, particularmente nos últimos anos. E tem taxas de criminalidade e criminalidade violenta baixíssimas.

Na baixa do Porto, os comerciantes não querem ter as lojas abertas até mais tarde, por causa da insegurança. Alguém viu os comerciantes da rua de Santo António a recusar a abertura de portas até às 20h00 na época de Natal? – iniciativa muito positiva, aliás.

5 reacções:

Anónimo | 08:17

Samuel, quem não deve não teme.
Referes-te a Inglaterra mas lembra-te de quantas vezes as camaras têm permitido a rápida intervenção da policia nesse país, coisa que aqui nem se pode sequer considerar.

Discordo também quando dizes que a criminalidade no concelho não aumentou. Concordo contigo no sentido de que as camaras não servirão para reduzir a criminalidade no centro histórico porque felizmente não há grande criminalidade nesse local (pequeno trafico e não muito mais) mas permitirão uma melhor protecção ao património em si mesmo.

Abraços,
Pedro

PS: Esse senhor precisa é da reforma e de desaparecer do mapa. Que fez ele pela nossa cidade???

Samuel Silva | 11:28

A posição relativamente às câmaras, Pedro, é pessoal. Respeito a tua. E até concedo que no Porto, à falta de melhro solução, a propsota da autarquia pode fazer sentido para acalmar o clima de insegurança.

Quanto a Guimarães, como disse, a insegurança acontece mais nas vilas e freguesias rurais. E baseio-me em números de 2005. Na altura MAI, GNR e PSP deram-me os números, no ambito de uma reportagem que fiz para o Povo de Guimaraes.

Tanto quanto sei o panorama na cidade não se alterou muito desde então. Tenho uma amiga a trabalhar cientificamente nesse campo e se ela me dar autorização até posso trazer alguns desses dados para a discussão.

Cumprimentos

Anónimo | 00:49

Sr. Anónimo, pequeno tráfico??
Lá saberá o sr. as suas razões
para a não instalação de câmaras de vigilancia.
Os traficantes devem andar preocupados...

Anónimo | 10:10

Sr. Martins,
A partir de que presupostos conclui V. Exa. que eu sou contra a instalação de câmaras?

Samuel,
Gostava então, se possível, de analisar esses números contigo num proximo post.

Pedro

Jota J | 10:00

Pois, apenas, é contra o homem que deu uma opinião favorável á instalação das ditas.
Para sua informação, o Sr. Baltar nao pediu nenhuma medalha de mérito.
Mas decerto fez mais por Guimarães
do que muitos que se dizem Vimaranenses de Gema.(Nao sendo esse mesmo Sr. natural da nossa Cidade)
Jorge Martins