Vão-se os anéis, ficam os dedos

Emílio Macedo da Silva, presidente do Vitória, quebra o silêncio e faz o balanço do primeiro meio ano de mandato, numa entrevista longa ao jornal oficial do clube.

“Milo” fala sem rodeios de alguns dos temas que marcaram a sua gestão e divulga, pela primeira vez, das vendas de Rabiola e Pelé.

1 milhão 920 mil euros foi a soma pela qual foram vendidos…ambos os atletas vitorianos. A equipa de Emílio Macedo tem muitos méritos – devolveu o Vitória à Superliga, construiu um plantel equilibrado a custo zero para este ano e tem, pelo que vou percebendo, um projecto sustentado para o clube. Mas falha rotundamente na gestão de activos.

Pessoalmente não considero Rabiola uma grande promessa, mas eu percebo tão pouco de futebol que era capaz de dizer que o Pelé era uma craque, quando ele nem convocado por Cajuda era. Devo perceber tão pouco como o bi-campeão italiano Mancini que quis comprar o miúdo por “tuta-e-meia” para o juntar a um plantel de estrelas, um dos melhores do mundo e candidato a ganhar todas as compeições que disputa.

Pelé valia, sozinho, dois milhões de euros. Rabiola, com o elan criado à sua volta e os seus 18 anos, tinha condições para render aos cofres do clube mais do que aquilo que o Porto pagou. E ainda por cima, Jorginho, que era outras das contrapartidas, acabou por não rumar a Guimarães – embora, a avaliar pelo jogo de ontem, também não esteja a jogar no Braga.

A título de exemplo, o Belenenses vendeu Dady ao Osasuna por 3,5 milhões de euros e Nivaldo ao St. Etiéne por 2 milhões. Ao todo, os de Lisboa lucraram 5,5 milhões, mais do que o valor do seu orçamento para a presente época.

Valorizar os activos do clube é o caminho mais inteligente para combater o problema do passivo, mas Emílio Macedo preferiu vender ao desbarato os jovens com valor que o Vitória tem. Além do mais, o clube faz a triste figura de um desesperado a quem a primeira proposta serve para vender os anéis mais preciosos.

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