O comboio em Portugal - Guimarães

Dario Silva, um amigo e responsável por um dos projectos mais entusiasmantes com que colaborei, inaugura hoje, na biblioteca interactiva da Universidade do Minho, em Azurém, uma exposição fotográfica sobre o comboio em Portugal.
Além das imagens que fazem habituamente parte da exposição de Dario Silva, a 22ª edição de "O comboio em Portugal" conta ainda com algumas fotografias originais na linha de Guimarães.

Respondendo ao desafio do Dario, eu e o meu pai escrevemos o prefácio da exposição, que estará patente até 13 de Abril, véspera do dia em que se assinala o 123º aniversário da chegada do primeiro comboio a Guimarães.

O prefácio pode ser lido e baixado, na íntegra, aqui. Mas reproduzo neste post parte do mesmo:

"O comboio foi, na viragem do século XIX para o século XX, um motor de conhecimento. Com a maior facilidade com que agora se podia viajar, as novidades circulavam muito mais rapidamente. Esse facto marcou um avanço significativo para a cultura e a ciência europeias.

Hoje, o conhecimento tem o seu motor nas Universidades e, muito particularmente, na forma como estas se conjugam com os diferentes sectores da sociedade. Nesse aspecto, a cidade de Guimarães pode estar satisfeita. Acolhe um dos pólos da Universidade do Minho. E tem as suas empresas e a sua autarquia a trabalharem fortemente com a universidade.

Esta é uma realidade que não termina em Guimarães. Estende-se a Braga e ao outro pólo da Universidade do Minho. Juntos, os campi de Azurém e Gualtar fazem da UM umas das instituições de ensino mais prestigiadas do país.

Juntas, Guimarães e Braga podem assumir-se como o terceiro grande pólo metropolitano nacional. E o comboio pode – e deve! – fazer parte desta dinâmica. Ligando os dois pólos da Universidade UM e, dessa forma, reforçando a comunicação entre as duas principais cidades minhotas.

O que nem sequer seria uma grande novidade. Aliás, logo em 1865, apenas um ano depois da primeira ligação em caminho-de-ferro em Portugal ser concluída, António Alves Carneiro, presidente da câmara de Guimarães, já tinha começado os seus esforços para a concretização da linha entre a cidade do Porto, Guimarães e Braga (...)

Outros projectos se seguiram, propondo uma ligação ferroviária entre as duas cidades. Com traçados diferentes e dinamizadores distintos, a verdade é que, desde os primórdios do caminho-de-ferro, as duas cidades quiseram estar unidas por comboio. Por um motivo ou por outro, as ligações sempre fracassaram. Mas ainda vamos a tempo de emendar a mão.

Ligar a Universidade do Minho por ferrovia, mais do que fazer todo o sentido, é uma forma de ganhar o futuro enaltecendo quem, no passado, soube projectar a ligação entre Guimarães e Braga. Tanto mais que, no caminho entre os dois pólos, se situarão dentro de muito pouco tempo duas instituições de Inovação & Desenvolvimento de excelência e nível internacional como são o Ave Park e o Instituto Ibérico de I&D".

3 reacções:

Francisco Rodrigues | 11:41

Excelente texto.

Pedro Morgado | 01:57

Assino por baixo as vezes que forem necessárias.

Quando é que o minho se une para conquistar voz política neste Portugal dos pequeninos?

Francisco Rodrigues | 21:24

Boa pergunta Pedro. Os líderes das autarquias Minhotas deviam pensar em grande e não alimentar "mesquinhicies".