Um ano de CCVF

O Centro Cultural de Vila Flor comemora hoje um ano de actividade e este costuma ser um tempo de balanço. E o balanço a fazer de um ano de CCVF não deixa de ser positivo, embora fique alguma sensação de desilusão.
A programação inicial do CCVF prometeu. Madredeus a abrir, “Batalha de arroz num ringue para dois” não muito depois. Kimmo Pohjonen, David Fonseca – e haveria Nicola Conte não fosse o concerto ter dado em fiasco, que passou despercebido nos media locais… – , teatro, cinema… O primeiro trimestre do Vila Flor teve programação em qualidade e quantidade.

O problema foi o CCVF não ter conseguido cumprir as expectativas. O primeiro semestre de 2006 foi muito pouco conseguido em termos de programação. Um ou outro espectáculo de maior qualidade… E pouco mais! Além disso, o Vila Flor ainda não se definiu. Não decidiu se quer ser uma casa de artes elitista ou popular. Por isso é capaz de levar ao mesmo espaço Santos & Pecadores e Fingertips, Linda Martini e Dead Combo, Bernardo Sassetti e a orquestra metropolitana de Lisboa.

Olhando pela positiva, o CCVF conseguiu finalmente dar a Guimarães uma casa de espectáculos com condições para atrair grandes nomes. E ao nível do que a cidade – e a exigência de qualidade dos vimaranenses frequentadores deste género de espaços – exigem.

Há ainda a salientar a constante dinamização de um dos mais bonitos espaços que a cidade, agoram, possui: os jardins do Centro Cultural, com exposições e instalações – e os concerto no Verão – que valem a pena. Por ouro lado, o teatro Oficina tem finalmente uma casa digna para estrear as suas produções e fazer crescer os seus padrões de qualidade.

Um dos grandes beneficiados com a abertura da nova casa de espectáculos foi o Cineclube. A boa programação que o Cine vimaranenses já oferecia, teve agora maior exposição e ofereceu melhores condições aos associados. Resultado: um enorme crescimento do número de sócios. Mas o Cineclube de Guimarães não se ficou por aqui e aproveitou o novo espaço para organizar ciclos de cinema e trazer a Guimarães um extensão do INDIELisboa. De resto, o Cineclube tornou-se mesmo num dos principais dinamizadores dos Auditórios do CCVF.

Quanto ao programa de aniversário: está giro. Isso mesmo: giro. Acho giro que se ofereça o pequeno-almoço nos jardins e que se promovam visitas aos bastidores do Vila Flor. Acho giros os ateliers para crianças e famílias e acho gira a exposição da fotógrafa oficial da casa. Mas falta sal à data, que nem o concerto de Elisabete Matos – finalmente Guimarães acordou para o talento da cantora lírica vimaranenses – parece trazer.

Post scriptum – Fora da cultura, há um rábula a marcar o primeiro ano do Vila Flor. O espaço que foi “vendido” aos eleitores como futura casa da Assembleia-municipal, mas acabou por apenas receber um par de sessões daquele órgão autárquico. Os vimaranenses nem deram por isso. E a oposição assobiou para o lado… outro valores mais altos se levantaram!

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