Centenário da Marcha Gualteriana

Polémicas à parte, Guimarães festejou durante o último fim-de-semana – a primeira semana foi um mau ensaio – o Centenário das Festas da Cidade. A noite de ontem marcou o final das festividades, com o número maior das Festas, a Marcha Gualteriana.

Em ano de Centenário, a Associação Artística da Marcha Gualteriana homenageou os principais responsáveis pelos 100 anos de sucesso: Os obreiros da Casa da Marcha e a cidade de Guimarães e os vimaranenses.

Como já aqui escrevi, a marcha Gualteriana é mais uma prova da diferença que marca a forma de estar das gentes de Guimarães. Não fazemos marchas, fazemos A Marcha. Não partimos a cidade em bairros que se defrontam, unimos os vimaranenses em torno de um objectivo comum. Com sucesso há 100 Anos.

Estava com especiais expectativas sobre a Marcha deste ano. E não saíram defraudadas.
Os carros alegóricos especialmente cuidados – salvo a excepção do terceiro carro, dedicado à Economia; Guimarães como pano de fundo fundamental – a igreja do santo que dá nome à Festas pela primeira vez em muitos anos representada no carro da Cidade, a Penha, outro ex libris de Guimarães também “esteve” na Marcha, assim como a lenda maior da nossa mitologia vimaranense; E muita gente na rua.

Ainda não há números oficiais, mas arrisco algo próximo dos 150 mil espectadores. O que é fantástico. De resto, as Gualterianas deste ano pareceram-me especialmente concorridas. Arrisco duas explicações: O Centenário chamou de facto mais gente, mas, mais importante que isso, os vimaranenses ficaram pela cidade durante esta semana, mais do que habitualmente acontece – sinal da crise?

Fiquei de olhos sorridentes com o carro dedicado às crianças. Talvez porque sou um puto crescido. Mas ninguém ficou, por certo, indiferente à multiplicidade de cores e ao fantástico trabalho dos electricistas que ali estava feito. Muito bonito!

O grande triunfo da Marcha Gualteriana deste ano esteve, a meu ver, nos números vivos. Pela primeira vez desde que assisto à Marcha Gualteriana, não houve escolas de Samba. Era uma das coisas que me causava solene irritação: Porque haveria um evento que serve para valorizar o que de melhor há em Guimarães e na região que a cidade lidera de ser polvilhado por ritmos brasileiros e meninas seminuas?


Com a diversidade de costumes que a região apresenta, nada melhor do que chamar os grupos de teatro, os ranchos folclóricos e grupos de bombos para animar as ruas. Os bonecos electrificados, que normalmente chegavam ao Toural em cangalhos, eram este ano muito mais e coordenados. A crítica mordaz não foi esquecida – com o Vitória à cabeça. E ainda houve espaço para representações de momentos históricos vimaranenses – a vida da Citânia de Briteiros, a promessa de D. João I à Senhora da Oliveira, etc. Aposta ganha!

2 reacções:

Anónimo | 00:20

E foi muito giro não haver bocas ao presidente da câmara. Porque será ?????

Anónimo | 21:04

Eu sei porque não as houve...
É porque, as tantas, ele não fez nada para que houvessem bocas...

Ou será que António Magalhães deu uns milhões à Casa da Marcha para decorar os popós????