Semanada I

Colina Sagrada inaugura aqui um novo espaço. Semanada pretende ser um espaço de análise da vida vimaranense. No final da semana, o que de melhor e pior se passou em Guimarães estará aqui.

(+) Infantis do Francisco de Holanda Campeões Nacionais – No espaço de um mês, dois títulos. Em Junho, foram os iniciados que se sagraram Campeões Nacionais. No último fim-de-semana, os infantis repetiram a dose.

Os jovens do “Xico” aproveitaram o “factor casa” e deram uma prova inequívoca do trabalho de qualidade que a formação do clube tem vindo a fazer. Mesmo com dificuldades, o DFH continua a formar grandes craques no andebol, perfilando-se cada vez mais como uma das escolas mais importantes da modalidade a nível nacional. Em exemplo estóico que vale a pena seguir.

(+) A Universidade do Minho e a Câmara Municipal anunciaram esta semana que se vão associar num projecto que visa “a integração da Universidade na malha histórica urbana”. A ideia é recuperar o quarteirão de Couros, que assim poderá será o motor “de uma nova lógica de desenvolvimento económico para a cidade”.
O Projecto CampUrbis prevê a instalação nas desactivadas fábricas de curtumes de um Centro Avançado de Formação Pós-Graduada e de uma Escola de Especialização Tecnológica, assim como um Centro de Artes, um Centro Empreendedor e o Instituto de Design, “grande instituição-âncora” do projecto.

Fazer da Zona de Couros o novo motor da cidade é uma ideia antiga. Que aplaudo. Associar o projecto a uma instituição com a credibilidade da UM faz ainda mais sentido. E trazer o Academia para o centro da cidade é uma decisão acertada, que já devia ter sido tomada há mais tempo. Assim, em 2009, Guimarães terá “nova cara”. E logo na freguesia mais negligenciada pelo poder local de entre aquelas que constituem a malha urbana.

(=) Fernando Meira homenageado – Só peca por tardia a homenagem ao defesa-central da Selecção Nacional de futebol – devia ter acontecido logo após o regresso a Portugal.
Venceu os críticos – ser de Guimarães e ter estado pouco tempo num dos ditos “grandes” é um óbice para que o lobby funcione a seu favor – e impôs-se como uma das melhores unidades da “equipa de todos nós”. Fez exibições soberbas na segunda parte da prova, especialmente contra a Inglaterra e a Alemanha.
Vimaranense – e vitoriano –, lembrou sempre a terra-Natal nas declarações prestadas no final dos jogos e, não raras vezes, aproveitou o “tempo de antena” para fazer passar uma mensagem de força aos vitorianos. Até ao final do mês, a Câmara Municipal e o Vitória vão homenageá-lo. Prémio justo, que subscrevo por inteiro. Só falta o “contrato da vida” para que o ano seja em cheio.
(-) Violência do Centro Histórico – Comércio de Guimarães e Jornal de Notícias dão conta, esta semana, que o Centro Histórico de Guimarães foi invadido por uma vaga de insegurança. São casos de “violência gratuita protagonizados por grupos de jovens organizados”, que acontecem “invariavelmente, aos fins-de-semana”, afiança o Comércio de Guimarães. Assim lido, até assusta…

A violência no Centro Histórico existe. Mas não é tão grave como a pintam. Afirmar que é perpetrada por grupos “organizados” é, no mínimo, irresponsável. Da forma como é descrita, dá a sensação, para quem não conhece a situação, que a violência se tornou uma espécie de desporto oficial da cidade nas noites de sábado.

Sou um dos habituais frequentadores do Centro Histórico nas noites de fim-de-semana. Já tenho assistido a situações desagradáveis. Mas estas acontecem de forma esporádica.
E acontecem tanto aqui como noutras cidades do país. Traçar este retrato de vandalismo dos jovens de Guimarães é injusto e inconsciente.

Há porém uma questão em que estou de acordo: falta policiamento na zona nobre da cidade. Locais como este, que juntam centenas de pessoas, deviam ter uma presença policial mais efectiva – com o efeito dissuasor que dai advém. E logo numa cidade com dois corpos policiais.
Outra questão que esta situação levanta: os jornalistas esquecem-se da sua responsabilidade social? “Que ninguém tenha dúvidas: nas noites do Centro Histórico tem vindo a aumentar a violência” (sic - Comércio de Guimarães). E há números? Ou é a sensação do senhor articulista e cabe-nos aceitá-lo acriticamente?

Com tamanho alarmismo, o Centro Histórico corre o risco de virar Centro histérico.

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