Centenário sem brilho


O programa das festas Gualterianas 2006 foi ontem apresentado. Sem grandes inovações.
Se exceptuarmos a realização da Batalha das Flores e do Cortejo do Linho – que acontecem no mesmo ano a título excepcional – e o facto de as festividades terem sido alargadas a dois fins-de-semana, não há novidades dignas de registo.
Aliás, as Festas da Cidade, em ano de Centenário, mereciam um pouco mais de brilho na programação. As festas são populares e não se lhes pode roubar esse cunho, mas a data é única e deveria ser assinalada com a pompa merecida.
É bom que se mantenham os espectáculos musicais populares, a corrida de cavalos ou a tourada, números incontornáveis e de inquestionável adesão popular. As arruadas, a feira franca ou a feira pecuária também merecem o seu espaço. Mas alargar o programa a duas semanas não deve ser só a forma de encaixar mais uns cobres com o aluguer dos espaços para as barquinhas e diversões infantis.
A Marcha Gualteriana é um dos ex-libris das Festas – e da própria cidade – e por isso é intocável. Mas merece mais brilho e uma maior divulgação e exposição mediática. E é esse trabalho que falta fazer.

Post scriptum – sou um amante de música e habituei-me a que as Gualterianas fossem um dos momentos em que Guimarães oferecia música à população. Este ano alguém se esqueceu desse pormenor.
Há lá um espectáculo, sim senhor. De uma tal Banda Eva. Certamente a melhor opção do pobre cardápio da AudioVeloso. Mesmo assim sem a qualidade e o brilho que Guimarães e as suas centenárias festas mereciam. O facto de os promotores serem de Guimarães justifica tão má escolha?
foto: A Oficina

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